Taxa de mortalidade por infarto na região é maior que média estadual

Trata-se da segunda principal causa de morte na área do DRS-11 e, por isso, iniciativa desenvolvida em universidade visa capacitar profissionais para resposta rápida e eficaz

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 04/08/2025
Horário 16:55
Foto: Homéro Ferreira/Unoeste
Treinamento promove simulações realísticas de atendimentos de urgência
Treinamento promove simulações realísticas de atendimentos de urgência

O IAM (infarto agudo do miocárdio) é a segunda principal causa de morte na região de Presidente Prudente, superado apenas por causas externas. Dados do DataSUS revelam que, entre 2022 e 2024, foram registradas 2.137 internações por IAM nos municípios que compõem o DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), resultando em 238 óbitos. Essa taxa de mortalidade hospitalar, de 11,14%, está bem acima da média do Estado de São Paulo (8,64%).

Para mudar esse cenário, uma nova ação formativa é lançada neste mês de agosto, focada na qualificação de médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente do SUS (Sistema Único de Saúde). O treinamento faz parte do projeto “ST360: Imersão e Simulação Clínica no Tratamento do IAM”, uma iniciativa da Boehringer Ingelheim em parceria com a Famepp (Faculdade de Medicina de Presidente Prudente), da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), e o Departamento Regional de Saúde, em Prudente.

A proposta é inédita na região: por meio de simulações realísticas de atendimentos de urgência no Lhabsim (Laboratório de Habilidades e Simulação) da Unoeste, os profissionais são capacitados de forma prática e intensiva. O objetivo é aprimorar o reconhecimento dos sinais de infarto e a correta aplicação da terapia trombolítica. Esse recurso, muitas vezes subutilizado, é vital para pacientes que não têm acesso imediato à angioplastia.

O médico cardiologista e professor na Famepp, Carlos Bosso, diz que os benefícios da capacitação centralizada estão em realizar o curso em ambiente controlado, que é o laboratório de simulação da Unoeste, o qual possibilita garantir maior absorção e aplicação prática do conhecimento, ao contrário das capacitações descentralizadas que enfrentam baixa adesão dos profissionais-chave.

A coordenadora do Lhabsim, professora Milena Colonhese Camargo, comenta que a parceria com a Boehringer Ingelheim proporciona impacto na saúde pública pela melhoria na aplicação do tratamento fibrinolítico, que pode reduzir a mortalidade e complicações na região, elevando o padrão de atendimento cardiológico. Anuncia que essa parceria estratégica de aliança com a Unoeste possibilitará a certificação dos participantes e o uso de instalações de excelência, assegurando a qualidade da formação.

Tempo que conta

Presidente Prudente é a única cidade do DRS-11 com estrutura para realizar angioplastia primária. Nos demais municípios, o caminho até o atendimento especializado costuma ser longo e, muitas vezes, inviável dentro do tempo ideal. As diretrizes cardiológicas recomendam que a reperfusão (restauração do fluxo sanguíneo após um período de isquemia) ocorra em até 120 minutos após o início dos sintomas. Ou seja: cada minuto de atraso representa maior área de necrose do músculo cardíaco e aumento do risco de morte.

A primeira edição do treinamento ocorreu no sábado, com uma turma-piloto composta por profissionais da Santa Casa de Presidente Venceslau. Após o curso, será realizado um fórum regional, às 9h de quarta-feira, no salão nobre do DRS-11, com diretores de hospitais vinculados ao SUS, para compartilhar os resultados iniciais e discutir a ampliação da formação. Pela mesma parceria, outro treinamento está agendado para o dia 16 deste mesmo mês, no Lhabsim, com profissionais de saúde de Tupã (SP), que faz parte do DRS-9.

Resposta local ao problema nacional

O Ministério da Saúde estima que ocorram de 300 mil a 400 mil casos de infarto anualmente no Brasil, com um óbito a cada cinco a sete casos. Isso significa que cerca de 80 mil pessoas morrem por ano devido à doença. A Boehringer Ingelheim, com uma longa história no tratamento de doenças cardiovasculares, investe na qualificação profissional como ferramenta essencial para reduzir essas desigualdades.

“Nosso compromisso é com a saúde de todos, em todos os lugares. Levar capacitação prática baseada em evidências para regiões como a do DRS-11. O treinamento é um passo importante para tornar o cuidado mais equitativo, eficiente e seguro”, afirma a doutora Thais Melo, diretora médica da Boehringer Ingelheim no Brasil.

Os impactos esperados incluem a redução do tempo de atendimento ao paciente com IAM, maior segurança no uso da trombólise e o fortalecimento da articulação entre as unidades de pronto atendimento e os centros de referência em cardiologia.

Sobre a Boehringer Ingelheim

A Boehringer Ingelheim, uma das 20 maiores empresas da indústria farmacêutica, atua tanto na saúde humana quanto animal. Como uma das principais investidoras da indústria em pesquisa e desenvolvimento, a companhia tem como foco o desenvolvimento de terapias inovadoras que podem melhorar e prolongar vidas em áreas com altas necessidades médicas não atendidas.

Desde a sua fundação em 1885, a Boehringer adota uma perspectiva de longo prazo, incorporando sustentabilidade em toda a sua cadeia de valor. Com aproximadamente 54.500 colaboradores, a empresa atende mais de 130 mercados.

No Brasil desde 1956, a Boehringer atua em todo o território nacional e está instalada no Estado de São Paulo, com escritório na capital, fábrica em Paulínia (SP) dedicada à saúde animal, e laboratório de controle de qualidade no Jaguaré, distrito de São Paulo.

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