Termografia e o diagnóstico da fibromialgia

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 18/09/2018
Horário 05:12

A fibromialgia, anteriormente chamada de fibrosite, é um transtorno de dor crônica que causa o surgimento de dor em várias partes do corpo e que não tem cura. Para confirmar seu diagnóstico é necessário, primeiro, eliminar a suspeita de outras condições. Está presente em cerca de 2,5% da população brasileira, predominando no sexo feminino, principalmente entre os 35 e 44 anos, mas crianças e jovens também são acometidos. Não se trata de uma nova síndrome, mas o termo fibromialgia só foi descrito em 1976.

Em 1990, critérios de classificação foram elaborados e contribuíram muito para a homogeneização do diagnóstico e impulsionaram sobremaneira os estudos sobre ela. Porém ainda há muita controvérsia, em especial a excessiva valorização da dor em detrimento de sintomas como fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, formigamento nas mãos, dor de cabeça, instabilidade emocional, inchaço em vários locais do corpo, diminuição da concentração, dentre outros.

Diante da variedade do quadro clínico e da inexistência de exame de imagem característico, o diagnóstico da fibromialgia continua a desafiar profissionais das várias especialidades, do clínico geral à reumatologia, da ortopedia à neurologia, da psicologia à psiquiatra, visto ser baseado no julgamento clínico. Diferenciar da síndrome miofascial é o primeiro ponto a observar para não diagnosticar todos como fibromialgia.

Muitas perguntas devem ser feitas para diagnóstico da fibromialgia: os últimos critérios adotados pela sociedade americana são indispensáveis? A presença da dor difusa é essencial? Os pontos dolorosos ainda devem ser considerados? Os distúrbios do sono, fadiga, distúrbios do humor e cognitivos deverão ser considerados? Há indicação de polissonografia para complementação? Enfim, muitas questões precisam ser respondidas.

Frente a esta complexidade que caracteriza o diagnóstico da Fibromialgia, um exame está possibilitando acrescentar mais informações: a Termografia. O equipamento capta a emissão de calor (radiação infravermelha) do corpo e após análise mostra padrões, denominado “manto”, presente nos pacientes com a síndrome. Isto possibilita o diagnóstico da doença, já que acrescenta dados à subjetividade e à negatividade de todos os outros exames.

A termografia é uma técnica existente há mais de 60 anos, muito presente na Europa e EUA, mas pouco difundida no Brasil. Além da fibromialgia, permite a detecção precoce e/ou acompanhamento do tratamento de inúmeras doenças, como bursites, tendinites, câncer de mama e de próstata, ao permitir ao médico especialista avaliar discrepâncias na temperatura do corpo inteiro do paciente.

Publicidade

Veja também