A segunda-feira marcou o Dia Nacional de Lutas, no qual trabalhadores rurais ligados à FNL (Frente Nacional de Lutas) realizaram diversas manifestações em todo o país, exigindo o fim dos latifúndios e mais agilidade no processo de reforma agrária. Na região de Presidente Prudente, aproximadamente 80 pessoas protestaram em frente à unidade da Usina Conquista do Pontal, em Mirante do Paranapanema.
"Queremos pressionar para que seja ressarcido o dinheiro da Operação Lava Jato, que poderia ser utilizado em benefício do povo, como para a reforma agrária, por exemplo", destaca a coordenadora regional da FNL, Edna Torriani. Segundo ela, os trabalhadores permaneceram no local das 8h até o meio-dia, impedindo a entrada de veículos na unidade. "Também queremos que todas essas terras utilizadas pelas usinas apenas para o plantio de cana-de-açúcar sejam adquiridas e destinadas à reforma agrária", completa. A Polícia Militar acompanhou o protesto e informa que ele foi pacífico.
Militantes impediram entrada de caminhões em usina ontem
Em nota, a FNL destaca ainda que "a reforma agrária continua paralisada em todo país, as terras indígenas sem demarcação, os quilombolas sem perspectivas de ver suas terras regularizadas e o Incra está entregue ao aparelhamento político, que nada entende de reforma agrária".
Incra
A respeito do protesto em Teodoro, o Incra-SP informa que não existe processo de desapropriação ou de compra em relação ao imóvel citado. "Lembramos que o Incra mantém postura de diálogo com todos os movimentos sociais no Estado", destaca nota enviada pelo órgão. Como a manifestação trata diretamente da reforma agrária, de competência do governo federal, o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) preferiu não se manifestar sobre o tema.
Por meio de nota de sua Assessoria de Comunicação, a Unidade Conquista do Pontal confirma que os manifestantes ocuparam a faixa de entrada que dá acesso às operações industriais da empresa e que o bloqueio foi desfeito por volta do meio-dia. "A ocupação gerou transtornos à operação, pois impediu a entrada e saída tanto de integrantes da empresa, como de caminhões de carga de cana", pontua.
