Um respirador para cada 4 mil pessoas da região

Dados do IBGE de dezembro de 2019 apontam que, assim como as UTIs, a maioria dos equipamentos está concentrada nos maiores polos regionais, com destaque para Prudente

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 15/05/2020
Horário 05:15
Reprodução - Em dezembro de 2019, região possuía 217 respiradores, número que cresce com novas aquisições
Reprodução - Em dezembro de 2019, região possuía 217 respiradores, número que cresce com novas aquisições

A oferta de respiradores na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado é maior que a de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), como informa o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em dados de dezembro de 2019. Para cada mil habitantes, existem nos 53 municípios da região, 0,24 respirador, o equivalente a um aparelho de respiração mecânica a cada 4 mil pessoas. Ao todo, 83% dos aparelhos estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde), 181 de um total de 217.

A reportagem solicitou ao Estado o número atualizado dos respiradores nas cidades do oeste paulista, mas não foi informada. Sede da RA, Presidente Prudente é a cidade com o maior número de aparelhos da região, 132. O secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, afirmou que não detém esses dados, pois não é a administração municipal que faz a gestão dos hospitais. A municipalidade contabiliza apenas seis respiradores, três na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Ana Jacinta e mais três na UPA Zona Norte. A Prefeitura aguarda a chegada de mais quatro aparelhos adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Ed Thomas (PSB).

CIDADES SEM UTI E

COM RESPIRADORES

Vinte cidades da região possuem respiradores, das quais, apenas cinco possuem UTI, de acordo com dados de dezembro do IBGE: Adamantina, Dracena, Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Rancharia. Sabe-se, entretanto, que Osvaldo Cruz, por exemplo, inaugurou neste mês leitos de terapia intensiva destinados à Covid-19.

De qualquer forma, o panorama dos dados da tabela revela que a maioria dos municípios não possui respiradores, e a maioria dos que os possuem, não tem leitos de UTI. Tal situação, de acordo com o médico infectologista André Luiz Pirajá da Silva, implica questões delicadas. A primeira delas é, realmente, a disponibilidade dos respiradores, imprescindível aos pacientes com insuficiência respiratória, de forma a entubá-los e mantê-los vivos.

A segunda questão fundamental é a estrutura: “Não basta ter o equipamento e não ter a estrutura para manter o paciente em uma terapia intensiva”, ressalta o médico. Ele pontua a necessidade de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas capacitados para lidar com o aparelho, seja manipulá-lo e interpretar os dados que ele apresenta. Além disso, há a possibilidade de utilizar o respirador durante o transporte de pacientes a cidades que possuam terapia intensiva, mas, outra vez, os profissionais precisam estar capacitados para o procedimento.

EXPERIÊNCIA

DE MUNICÍPIOS

Osvaldo Cruz, na pessoa do diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia da cidade, Émerson Renato Fazan Bussola, afirma que adquiriu oito novos respiradores, que se juntarão aos demais até o fim deste mês.

Álvares Machado, segundo o IBGE (2019), possui apenas um respirador e nenhuma UTI. A diretora municipal de Saúde, Neide Castilho, reitera que a administração se encontra em negociação com o Estado para aumentar os leitos de UTI em toda a região. “Estamos trabalhando para que os EPIs [equipamentos de proteção individual] não faltem para nenhum funcionário da saúde, garantindo assim a nossa gestão de insumos no município”, pontua.

A Secretaria Estadual de Saúde, por sua vez, destinou R$ 3,8 milhões para fortalecimento da rede assistencial para atendimento a pacientes com a Covid-19 na região, sendo mais de R$ 1,8 milhão para o município de Presidente Prudente.

RESPIRADORES NA REGIÃO EM DEZEMBRO DE 2019

Cidades

Respiradores

Respiradores SUS

Respiradores/mil habitantes

Adamantina

9

9

0,26

Alfredo Marcondes

0

0

0,00

Álvares Machado

1

1

0,04

Anhumas

0

0

0,00

Caiabu

0

0

0,00

Caiuá

0

0

0,00

Dracena

18

17

0,38

Emilianópolis

0

0

0,00

Estrela do Norte

0

0

0,00

Euclides da Cunha Paulista

0

0

0,00

Flora Rica

0

0

0,00

Flórida Paulista

2

2

0,14

Iepê

1

1

0,12

Indiana

0

0

0,00

Inúbia Paulista

1

1

0,25

Irapuru

0

0

0,00

Junqueirópolis

2

2

0,10

Lucélia

3

3

0,14

Marabá Paulista

0

0

0,00

Mariápolis

0

0

0,00

Martinópolis

0

0

0,00

Mirante do Paranapanema

0

0

0,00

Monte Castelo

0

0

0,00

Nantes

0

0

0,00

Narandiba

0

0

0,00

Nova Guataporanga

0

0

0,00

Osvaldo Cruz

10

7

0,30

Ouro Verde

0

0

0,00

Pacaembu

2

2

0,14

Panorama

1

1

0,06

Pauliceia

0

0

0,00

Piquerobi

0

0

0,00

Pirapozinho

0

0

0,00

Pracinha

0

0

0,00

Presidente Bernardes

2

2

0,15

Presidente Epitácio

4

4

0,09

Presidente Prudente

132

100

0,58

Presidente Venceslau

6

6

0,15

Rancharia

14

14

0,47

Regente Feijó

0

0

0,00

Ribeirão dos Índios

0

0

0,00

Rosana

4

4

0,24

Sagres

0

0

0,00

Salmourão

0

0

0,00

Sandovalina

0

0

0,00

Santa Mercedes

0

0

0,00

Santo Anastácio

1

1

0,05

Santo Expedito

0

0

0,00

São João do Pau d'Alho

0

0

0,00

Taciba

0

0

0,00

Tarabai

0

0

0,00

Teodoro Sampaio

2

2

0,09

Tupi Paulista

2

2

0,13

TOTAL

217

181

0,24

Fonte: IBGE, 2019

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