Usuários criticam reajuste da tarifa e qualidade do transporte público em Prudente

Aumento de R$ 0,75 na passagem começou a valer na terça-feira; assentos molhados, ar-condicionado quebrado, wifi que não funciona e atrasos em diversas linhas estão entre reclamações

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 05/01/2023
Horário 19:23
Foto: Caio Gervazoni
Passagem de ônibus em Prudente foi de R$ 4,25 para R$ 5
Passagem de ônibus em Prudente foi de R$ 4,25 para R$ 5

O reajuste de R$ 0,75 na tarifa do transporte público de Presidente Prudente não agradou àqueles que utilizam o serviço diariamente. O novo valor da passagem, que foi de R$ 4,25 a R$ 5, passou a vigorar na última terça-feira. Diante do aumento de 17,64%, a reportagem de O Imparcial foi até o Terminal Rodoviário e à praça da Catedral de São Sebastião, no centro de Presidente Prudente, para conversar com a população e saber a opinião dos trabalhadores a respeito do aumento da passagem e também da qualidade do serviço prestado pela Sancetur, que atua com o nome fantasia de SOU Prudente. 
A doméstica Elida Kauiza dos Santos, 22 anos, utiliza diariamente a linha que parte de Montalvão até o Terminal Rodoviário e é direta ao pontuar sua opinião sobre o reajuste da tarifa. “Absurdo!”. Segundo a trabalhadora, o valor irá pesar em seu bolso. “Pesa bastante. Se você pegar dois ônibus por dia, no dia já morre R$ 20”, argumenta ela, ao considerar ida e volta. Elida relata que quando a SOU Prudente passou a operar o transporte coletivo em Prudente os ônibus estavam bons, no entanto, o cenário mudou. “No começo tinha ar-condicionado e wif, agora, já não tem mais. Às vezes o banco está molhado. Você vai sentar e molha tudinho. Não sei se está quebrado por dentro, né? Não está 100%, por R$ 5 está caro”, considera a doméstica. 
Quem também reclama do reajuste e dos assentos molhados é a lavadeira Dayane Souza, 34 anos. “Faz pouco tempo que estou utilizando. E nesse pouco tempo já aconteceu de eu sentar em banco rasgado e molhado. O ar-condicionado de alguns [veículos] pegam e outros não. O wifi também. São poucos [veículos] que pegam. Acho que a passagem subiu muito pelas condições dos ônibus”, opina. 
“Pra mim está ótimo, não tenho o que reclamar”, pontua a diarista Regina Soares Flores, 64, que pega ônibus três vezes por semana. No entanto, ela demonstra alteridade à situação de quem desembolsa o valor da passagem diariamente: “Para quem vem todos os dias pesa, né?”. 
Ana Luz, 19 anos, é estudante de Psicologia e funcionária de uma empresa no centro da cidade. Ela utiliza a linha que parte do Ana Jacinta até o centro e também tece críticas ao reajuste da passagem e à estrutura dos veículos coletivos. “É um aumento significativo e não condiz com o que a gente precisa”, inicia Ana. “Bom, os problemas do transporte são: a maioria das portas estão quebradas, os bancos também, para cadeirante não é muito bom, a maioria dos espaços deles estão quebrados, não tem cinto, as janelas não abrem, o ar-condicionado que deveria ter não tem, muita goteira dentro dos ônibus, e um problema grande também são os motoristas, eles não são muito educados”, lista a estudante. 
Para o motorista de ônibus Aparecido Alberto de Lima, 49 anos, que também utiliza o transporte coletivo para voltar para casa, o reajuste foi necessário e demorou a acontecer. “O que pesa é um litro de diesel mais de R$ 6. Um carro desse daí rodar 2 km, 2km e pouco, e 1h30 de graça em qualquer ônibus para qualquer lugar, e a pessoa achar que R$ 5 é muito? Caro é uma cerveja por R$ 10 e a pessoa bebe e dá risada. Acho que demorou muito para isso daí [a tarifa] ter subido”, considera o motorista. 
Questionado se o aumento da tarifa irá pesar em seu bolso, o servente de pedreiro José Ricardo de Oliveira Rodrigues, 52 anos, apresenta um olhar crítico sobre a situação. “Faz uma diferença grande, né? Porque nos dias atuais tudo sobe, menos o salário da gente. Creio que o poder público deveria ter aberto um tempo maior de licitação para que houvesse outros concorrentes. Uma empresa só é pouco e não consegue cobrir todas as distâncias do município. São poucos horários de ônibus em aberto para a gente e num valor que muitas das vezes é puxado”, reflete o trabalhador, que estava com a esposa e a filha em ponto de ônibus na praça da Catedral de São Sebastião. Para ele, o principal problema do serviço é o atraso e a demora dos ônibus.

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