Talvez a sétima arte preveja o futuro, ou pelo menos, nos mostre um vislumbre do que vem ai! “V de Vingança” filme de 2005, é completamente pertinente para nossa situação atual, mas como a própria obra afirma: “Não existe coincidência, apenas a ilusão de coincidência”. Claro que ninguém espera que os cidadãos passem a explodir prédios ou explorar a anarquia, mas sim, para que todos tenhamos consciência de que nós não devemos temer ou baixar a cabeça para o governo, é o governo que deve assumir as demandas populacionais.
Baseada na HQ de Alan Moore, a história produzida pela Warner Bros mostra o terrorista V combatendo a corrupção de um comando que incita o ódio, medo e manipulação. Um ditador é eleito e usa seus apoiadores e os meios de comunicação para reprimir e perseguir aqueles que não estão de acordo com suas ideias. Assassinatos, torturas e sequestros são comuns neste regime, o que nos faz lembrar: Qual foi o período mais obscuro da história recente de nosso país?
Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la. No filme protagonizado por Natalie Portman e Hugo Weaving (cujo rosto nunca aparece), vemos que a censura é focada principalmente nas artes e, consequentemente, nos artistas, com justificativas ilusórias pautadas em religião. V, o anti-herói mascarado, pede ao povo que se levante contra o regime, para que assim, as mudanças passem a acontecer, enquanto isso, os personagens vão ganhando mais profundidade.
Com um visual perfeito, atuações marcantes e uma história que nos faz refletir a todo momento, esse filme nos tira da bolha dos blockbuster hollywoodianos, nos fazendo usar o cérebro e nos cativando até a alma. “Nossa história começa, como a maioria das histórias, com um político jovem e promissor. Ele é muito religioso e membro de um partido conservador. Ele é muito obstinado e não tem o menor respeito pelo processo político. Quanto mais poder ele tem, mais óbvia fica a beatice dele e, mais agressivos se tornam seus adeptos”. O trecho citado foi um dos que mais marcou esta colunista e você já deve entender o porquê.
As semelhanças com a nossa realidade são tantas que quanto mais vemos, mais nos revoltamos. Esse festival de críticas, certamente não é para todos, mas sim para quem reflete e para quem não consegue mais digerir a infinidade de absurdos que estamos vivendo. Disponível na Netflix!
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