Vamos inovar o setor financeiro?

OPINIÃO - José Renato Nalini

Data 26/10/2022
Horário 05:00

Vivemos uma era de inventividade e inovação. É “inovar ou morrer”, o mote repetido por quem não quer ser descartado. Daqui a sete anos, por volta de 2030, o mundo estará tão diferente que não reconheceremos coisas que hoje são rotineiras. Por isso, atualizar-se é insuficiente. O ideal é arriscar e colocar-se adiante, situar-se no futuro. 
Tudo colabora para essa tendência irreversível. Até o Banco Central do Brasil tem funcionado como propulsor da inovação no setor financeiro, conta Ronaldo Lemos. Depois do Pix, criou o Lift (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas). Uma plataforma para acolher outras inovações com potencial transformador. 
Todos estão convidados a colaborar com o Lift. Universidades, empresas, profissionais que se interessem por finanças, estudantes individualmente ou em grupo. Um dos temas que ocupam os seus integrantes é a criação de um real digital. Pode ser uma criptomoeda estável, também conhecida como stablecoin. É o caminho para que o Brasil possua a sua CBDC – moeda digital emitida pelo Banco Central. 
Acaba a função da “Casa da Moeda”, termina o hábito pouco higiênico de fazer cédulas circularem por mãos que são lavadas e por mãos que saem das toaletes assim como entraram, e que são escandalosamente oferecidas para apertos cordiais. 
Imaginaram viajar ao estrangeiro – assim que o preço das passagens permitir – e não levar dinheiro? A moeda digital estará no celular. Quem preferir, pode sacar na moeda estrangeira do país visitado, com o uso do mobile. Ele vai estar em contratos inteligentes e, segundo Ronaldo Lemos, permitirá que o pagamento, em lugar de ser mensal, seja contínuo. A cada dia se depositará o valor correspondente àquela jornada de trabalho. 
Segundo o advogado e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, essa medida combaterá a lavagem de dinheiro, pois sua tecnologia criará aplicações que monitoram os fluxos financeiros com mais detalhes e alcance do que os fluxos em dinheiro convencional. 
Assim, novos tempos nos aguardam. Como diz Ronaldo Lemos, real em papel já era, já é moeda eletrônica e já chega logo o real digital. 
Ideias para o Lift são bem-vindas. Habilitem-se, mentes criativas!
 

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