Com a chegada do inverno, é comum que as pessoas se recolham em ambientes fechados e protegidos das baixas temperaturas, no entanto, é preciso tomar cuidado com as aglomerações, pois elas contribuem para a proliferação de doenças infecciosas, muito comuns nesta estação do ano. Uma enfermidade que merece atenção é a meningite, que se não for tratada a tempo, pode ser fatal ou provocar danos neurológicos irreversíveis. Em Presidente Prudente, a incidência da patologia é pouca, mas não carece menos de cautela. No primeiro semestre deste ano, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) registrou oito casos confirmados, enquanto o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo notificou dez suspeitas. A Santa Casa de Misericórdia, por sua vez, não computou nenhum diagnóstico. Os dados foram divulgados para a reportagem pelas três unidades.
Vacinação contra meningite ocorre no 1º ano de vida; doses estão disponíveis em UBSs
Conforme o levantamento, no mesmo período do ano passado, a VEM confirmou 12 casos; até dezembro, o HR notificou 38 suspeitas; já a santa casa computou apenas um caso de meningite bacteriana e um caso de viral. O ano com maior incidência na unidade foi 2013, com quatro notificações da bacteriana e nove confirmações da viral.
De acordo com o médico infectologista André Luiz Pirajá da Silva, a meningite é a inflamação viral ou bacteriana da membrana que reveste o cérebro e a coluna vertebral. "A patologia pode ser ocasionada por diferentes tipos de agentes, mas podemos destacar o pneumococo, também responsável pela pneumonia, e o meningococo, que possui uma letalidade muito alta", explica. Segundo ele, os principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça e vômito. Como podem ser semelhantes aos de outras enfermidades, a melhor forma de diagnosticar o quadro é através de um médico especialista, que fará o exame físico, por meio do qual ele avalia a rigidez da nuca.
O profissional alerta que a meningite é uma doença emergencial, portanto, quanto mais rápido o diagnóstico, menor será o risco da evolução para um quadro mais grave. "Infelizmente, o tempo corre contra o quadro", frisa. O tratamento consiste no uso de antibióticos em até 21 dias. André conta que não existe uma faixa etária mais atingida, contudo, as crianças devem ser prevenidas, pois seu organismo ainda está em formação. "A melhor forma de prevenção é manter a carteira de vacinação em dia e evitar aglomerações", aconselha.
Vacinação
Procurada, a coordenadora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Vânia Maria Alves Silva, informou que qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde) do município dispõe da vacina contra a meningite C. A unidade recomenda que a imunização seja feita ainda no primeiro ano de vida, sendo composta por três doses: a primeira aos três meses, a segunda aos cinco e a terceira ao completar um ano.
