Venceslau confirma 1º caso de leishmaniose em humano

A Assessoria de Imprensa informa que as eutanásias ocorrem uma vez por semana por empresa especializada.

REGIÃO - Arize Juliani

Data 14/02/2015
Horário 08:45
 

A Prefeitura de Presidente Venceslau confirmou o diagnóstico positivo de leishmaniose em uma criança, de um ano, no município. Este é o primeiro caso em humano registrado em 2015. Nos dois primeiros meses do ano, o Setor de Vigilância Epidemiológica registra a coleta de material em 35 animais, sendo apresentados 24 casos positivos. Para intensificar as ações em caráter emergencial, o Executivo contratou 12 funcionários temporários, que integrarão a equipe de agentes que percorrem as residências no esquema de vigilância. Em nota, o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, de Presidente Prudente, enfatiza que a criança não tem previsão de alta e está sendo acompanhada pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia. O estado de saúde é estável.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Venceslau, em 2014 foram realizadas 1.163 coletas em animais com 545 resultados positivos e 450 animais sacrificados. Além disso, foram registrados quatro casos confirmados de leishmaniose em humanos no ano passado. A Assessoria de Imprensa informa que as eutanásias ocorrem uma vez por semana por empresa especializada.

Em relação ao caso positivo, a veterinária Carla Melo, responsável pelo setor de Zoonoses de Presidente Venceslau, pontua que todas as medidas necessárias foram tomadas, a exemplo do recolhimento do cão da casa da avó da criança, que foi submetido a exame de sangue e diagnosticado como reagente para a leishmaniose. O cão foi sacrificado. Já o cão dos pais da criança, que foi doado para um canil localizado no bairro Volta ao Mundo, também foi diagnosticado com a doença. Segundo a assessoria, a família que adotou o animal foi encontrada e solicitou exame particular para constatar o diagnóstico.

Outras providências na área das residências da criança e de sua avó foram tomadas, como a coleta de sangue dos animais, eutanásia em cães reagentes e visitas em cachorros sintomáticos. Manejo ambiental e borrifação nos imóveis também serão realizados pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).

Os agentes que foram contratados em caráter emergencial e temporário serão empregados nas operações que reforçam o trabalho desenvolvido pelas equipes de endemias do município, inclusive, intensificando as ações no combate à dengue. "A situação da dengue também é extremamente preocupante, pois vários casos suspeitos foram registrados e epidemia registrada em cidades da região, o que propicia a disseminação da doença", salienta a nota.


Crianças estão propensas


De acordo com o médico infectologista José Wilson Zangirolami, a leishmaniose visceral é uma doença causada pelo parasita da leishmania. No interior do Estado de São Paulo, o contágio ocorreu na década de 90, expandindo para diversas regiões do país. O médico revela que, entre os sintomas que são diagnosticados, está o quadro permanente de febre, aumento do baço e fígado, como também desenvolvimento de anemia.

O cachorro é o reservatório do mosquito-palha, transmissor da leishmaniose, tendo em vista que se alimenta do sangue animal e deposita no humano através da picada. Geralmente, as crianças estão mais expostas ao contágio, conforme revela o especialista. "O quadro pode ter uma evolução muitas vezes demorada, prolongada por vezes. Se não diagnosticada e tratada, pode levar à morte. O mosquito se procria nos quintais, por isso, as crianças geralmente são as mais afetadas, pois brincam nesta área", relata o infectologista.

O tratamento ocorre por dois medicamentos, ambos aplicados com supervisão de médico especialista em ambiente hospitalar. Quando questionado sobre a diferença do contágio em crianças e/ou adultos, Zangirolami explica que não existe diferença, pois depende do organismo de cada paciente.
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