Via Whatsapp, vereadora recebe suposta ameaça de morte de servidor público de Martinópolis

Soninha de Madureira (PSD) relata que sofreu tentativa de coação para votar a favor da cassação do prefeito Marco Antonio Jacomeli de Freita (Republicanos); suspeito prestou depoimento e foi liberado

REGIÃO - CAIO GERVAZONI

Data 23/05/2023
Horário 19:21
Foto: Reprodução/Facebook
Em 2020, Soninha de Madureira foi eleita vereadora de Martinópolis pelo PSD com 202 votos 
Em 2020, Soninha de Madureira foi eleita vereadora de Martinópolis pelo PSD com 202 votos 

A vereadora Sonia Pires Bueno Chanquini (PSD), conhecida politicamente por Soninha de Madureira, recebeu via WhatsApp, entre a última sexta-feira e o domingo passado, supostas ameaças de um funcionário público, de 58 anos, que atua como vigilante patrimonial da Prefeitura de Martinópolis. No domingo, a vereadora teria recebido uma ameaça de morte direta caso não votasse a favor da cassação do prefeito de Martinópolis, Marco Antonio Jacomeli de Freita (Republicanos)
Nesta terça, após trabalho de investigação, a Polícia Civil identificou o funcionário público como o autor das ameaças. Ele confessou o envio das mensagens e foi liberado após prestar depoimento. A corporação indica que o celular utilizado pelo suspeito para enviar as mensagens ameaçadoras à Soninha de Madureira foi apreendido e será encaminhado à perícia técnica para análise.

Relato da vereadora

Em entrevista à reportagem de O Imparcial, a parlamentar, que também é pastora da Assembleia de Deus, relatou que um perfil fake no WhatsApp, com o nome de Jonas e a foto de um leão no perfil, iniciou a conversa com ela por meio do aplicativo de troca de mensagens na sexta-feira. “Na primeira mensagem, esse contato disse que me conhecia e que havia frequentado a minha igreja. Esse nome fictício de Jonas disse que precisava do número de telefones das imobiliárias de Martinópolis”, pontua Soninha.
Segundo a vereadora, no sábado, o papo de “Jonas” mudou. “Aí, ele mandou um requerimento que um ex-prefeito daqui de Martinópolis, que é delegado de Pirapozinho, fez sobre a questão do carro 01, de um caso de bafômetro do atual prefeito [Marco Antonio Jacomeli de Freita]. Após isso, essa pessoa anônima mandou uma mensagem assim: ‘mamãe ama seus filhos e faz tudo por eles’”, conta a parlamentar, que após esta notificação constatou ser uma ameaça indireta. 
Ela relata que, depois de visualizar as mensagens, respondeu o suposto “Jonas” dizendo a ele o número dos telefones de imobiliárias que ela conhecia e que não iria conversar sobre a questão do requerimento pelo fato do perfil dele não ter a foto de uma pessoa, mas, sim, de um leão. “Quando foi quatro e pouco da manhã, no sábado, ele perguntou novamente se eu não amava meus filhos”, complementa Soninha de Madureira, que pediu auxílio de amigos e contou para o seu filho de 10 anos o que estava ocorrendo. 

Ameaça por Whatsapp

Soninha relata que, no domingo, recebeu a ameaça de morte de maneira direta. Foi a última mensagem do funcionário público se passando pelo suposto “Jonas”, representado com a foto de um leão. “Ele mandou uma mensagem direta ameaçando minha vida e me coagindo a votar a favor da cassação do prefeito”, pontua a parlamentar, que, na segunda-feira, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Martinópolis. 
Para a parlamentar, o atual cenário na Câmara de Vereadores de Martinópolis sobre o impedimento de Marco Freita está dividido desta maneira: dos 11 vereadores, um se abstém, seis votam a favor da cassação e quatro votam pelo arquivamento - Soninha é uma delas. “Com quatro votos, o prefeito não é cassado. O quarto voto seria o meu. Eu sou a única mulher na Câmara e digamos, talvez, a mais vulnerável por ter um filho [criança]. Se derruba o meu voto, o prefeito é cassado”, enfatiza a vereadora, ao relatar o suposto motivo da ameaça com a voz embargada.   
Confira na íntegra o print da última mensagem do suposto “Jonas” com a ameaça de morte à vereadora Soninha de Madureira: 

Cedida

Ameaça de morte à Soninha de Madureira foi enviada no domingo

Pedido de cassação

Na segunda-feira da semana passada, por seis votos a favor e quatro contra, a Câmara de Martinópolis foi favorável à abertura de uma CIP (Comissão de Investigação Processante) para apurar o pedido de cassação do prefeito Marco Antonio Jacomeli de Freita. 
Na ocasião do pedido, o chefe do Executivo é acusado, por meio de um requerimento de uma moradora de Martinópolis, de atuar de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo. Consta também no requerimento atos de improbidade administrativa e maus-tratos a uma cadela. 
Após notificação ao prefeito, a comissão responsável da Câmara tem 90 dias para analisar o pedido.  

Posicionamento da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Martinópolis relata que o prefeito Marco Freita foi notificado sobre o pedido de cassação e no prazo legal apresentará a sua defesa. Sobre o ocorrido com a vereadora Soninha de Madureira, a administração pontua o caso como “lamentável” e pontua que a Polícia Civil está investigando a ocorrência e que, com o autor das ameaças e a divulgação dos fatos, “a cassação do prefeito tomará um outro rumo”.

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