Vitamina D atua na regulação da imunidade

Estudo italiano propõe que maioria dos hospitalizados com o novo coronavírus possuíam deficiência da substância; segundo médico imunologista, a relação se dá pelo fato do hormônio ser imunomodulador

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 25/04/2020
Horário 06:55
Marco Vinicius Ropelli - Vitamina D é um tratamento barato de fortalecimento de imunidade
Marco Vinicius Ropelli - Vitamina D é um tratamento barato de fortalecimento de imunidade

Um estudo publicado em 26 de março pela Universidade de Turim (Itália), sob responsabilidade do geriatra Giancarlo Isaia e histologista Enzo Medico, sugere que dados preliminares indicam que pacientes hospitalizados por Covid-19 têm uma prevalência muito alta de deficiência de vitamina D no organismo. Ao comentar o artigo, o médico imunologista de Presidente Prudente, Flávio Raimundo Ferreira, 45 anos, aponta que a vitamina D faz, em altas doses, uma “imunomodulação” no corpo, ou seja, onde a imunidade está com hiperreatividade ela modula, onde está com imunodeficiência, ela estimula.

Em relação a isso, portanto, tanto o imunologista quanto o estudo propõem que a vitamina D pode ser aliada não na cura da Covid-19, mas como ferramenta para reduzir os fatores de risco. Flávio deixa claro que sua convicção pessoal o faz a favor do uso da vitamina D, desde que se respeite os critérios diagnósticos.

O médico afirma que o que está em questão não é apenas o novo vírus causador da pandemia, mas tudo que envolve o equilíbrio metabólico-imunológico, e para que haja sucesso no uso é imprescindível a avaliação de um imunologista, visto que pessoas com, por exemplo, distúrbios nas glândulas paratireoides e consequente distúrbio no metabolismo de cálcio terão problema  ao utilizar sem orientação a vitamina D, podendo desenvolver pedras nos rins, vesículas e outros problemas afins.

SUPLEMENTAÇÃO

COMO OPÇÃO

Flávio lembra que a principal forma de naturalmente produzir vitamina D, que também é um hormônio, é através dos banhos de sol. Segundo ele, 10 minutos diários sob o sol das 10h, com toda a superfície do corpo à mostra e com as palmas das mãos e pés voltados ao astro são suficientes para produzir a quantidade necessária da vitamina.

Entretanto, a vida real apresenta vários entraves: o trabalho que impede o banho de sol, as roupas que diminuem as zonas de contato do corpo com os raios do sol, os protetores solares, que ao mesmo tempo asseguram contra queimaduras e doenças dermatológicas, também impedem a absorção ideal desta luz e a produção do hormônio.

Estas questões do mundo moderno são solucionadas, muitas vezes, com a suplementação da vitamina, um tratamento de custos muito baixos, pequena contraindicação e com resultados satisfatórios. Pela alimentação, Flávio relata, a absorção é muito pequena e sequer há consenso entre os especialistas sobre os alimentos que a possuem.

“Todo o mundo está focado em prevenção do contágio, o que é muito importante, mas creio que a imunidade seja a resposta para que a doença não evolua a quadros graves”, pontua o médico. “A imunidade pode ser estimulada de diversas formas, e uma delas é a vitamina D, sem deixar de lado a boa alimentação, sono regulado e exercícios, por exemplo”, completa Flávio, ao lembrar mais uma vez que a orientação de um imunologista é indispensável para o uso da substância.

Cedida

Flávio afirma que vitamina D é uma ferramenta de equilíbrio metabólico-imunológico

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