A cumplicidade é uma atitude que não admite meio termo. Ou você é cúmplice ou não é. E descarte a ideia de que tudo isto ter a ver com “crime”.
É também, mas não vamos tocar neste ponto porque não fazemos parte desta realidade, certo?
Quero falar aqui da cumplicidade mais gostosa que existe que é quando você sabe que a pessoa com quem convive tem em você o parceiro perfeito para qualquer situação. Falo de amizade, de trabalho e de família.
Aliás, pode ser em qualquer um destes ambientes ou até mesmo em situações banais do dia a dia. Sabe aquele olhar que é trocado e que no fundo um sabe o que o outro está dizendo?
É uma tradução tão perfeita, que linguagem nenhuma neste mundo seria capaz de construir.
Eu ouvi estes dias uma frase muito legal: “Espero que um dia alguém te tire para dançar. E espero que suas sandálias sejam muito confortáveis porque você vai querer dançar para o resto da vida”.
Ah, como é bom ter esta segurança. Esta cumplicidade. Entende o que quero dizer?
Os relacionamentos de cada dia são pródigos para encontrarmos nossos cúmplices. Na escola fazemos amizades tão verdadeiras que na primeira oportunidade colocamos que somos BFF (Best Friends Forever). No trabalho, temos aquela pessoa que sabe tanto de nossos desvios quanto de nossos acertos. E sabemos que nem sob tortura nada daquilo será revelado.
E no amor, aí então que entendemos de vez o que é um relacionamento sério. E eu digo: é quando a cumplicidade chega.
Fato é que não dá para vier sem cumplicidade. Ela aparece na vida da gente e aproveita cada aperitivo que ela nos oferece.
Lembro aqui do filme “Na Natureza Selvagem”, baseada história real de Chistopher McCandless e que virou livro nas mãos de Jon Krakauer.
Na história, Cris procura um meio de se afastar da sociedade que considera tóxica para ir viver sozinho no Alasca.
Acontece que antes de conseguir a façanha, ele passa por momentos de pura cumplicidade com o casal de hippies, a menina que o assedia, o amigo fazendeiro e o idoso que jura que ele é o filho que não tem.
Enfim, Cris é amado, mas ama também. Compreende e é compreendido.
E é sobre isso: o quanto o seu coração entende que não precisa de ninguém, mas que quando isso se torna real o quanto que estar por perto é fundamental.
E você? É cúmplice de alguém?