Apeoesp contesta mudanças na grade curricular

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 15/05/2019
Horário 08:00
Arquivo - Mudanças deverão ocorrer no ano que vem, depois de planejadas as disciplinas em escolas
Arquivo - Mudanças deverão ocorrer no ano que vem, depois de planejadas as disciplinas em escolas

O governo do Estado de São Paulo anunciou o lançamento do programa Inova Educação. O novo modelo pedagógico, considerado pioneiro, promove mudanças na grade curricular das escolas da rede estadual de ensino, o que permitirá que os estudantes tenham uma aula a mais, bem como acréscimo de 15 minutos na carga horária por dia a partir do ano que vem. Conforme a portaria do governo, o projeto está em consonância com a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) na medida em que reforça as dez competências gerais do documento. Diante da mudança, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), subsede de Presidente Prudente, afirma que o investimento “não melhora o aprendizado do aluno”.

O Inova Educação é inspirado em resultados aplicados em escolas da rede desde 2012. “Ao manter o estudante por mais tempo na escola, o governo do Estado de São Paulo quer propiciar experiências educativas que tenham mais sentido para os jovens do século 21. Dessa forma, pretende melhorar a aprendizagem, reduzir o abandono escolar, além de fortalecer o vínculo entre alunos e professores”, pontua a portaria. Com a mudança, os estudantes terão sete aulas diárias de 45 minutos cada, ao invés de seis como é hoje. Todas as disciplinas regulares ficam mantidas e não haverá exclusão de nenhuma delas.

O modelo vai exigir aumento da carga horária de 15 minutos por dia. A partir do momento em que estiver em vigor, os estudantes do período matutino passarão a sair da escola às 12h35 (não mais às 12h20). No período vespertino, a saída passará a ser às 18h35 (atualmente é às 18h20). Para o coordenador regional da Apeoesp, Willian Hugo Correia dos Santos, tal mudança não obtém resultados. “A redução nos minutos das aulas não traz melhoras. Ela ocorrerá quando houver investimento em estrutura física e pedagógica”, salienta. “Atualmente, alunos do ensino fundamental estão sem material escolar, professores sem material pedagógico que estão atrasados. Se quer melhorar a educação, deveria começar fazer o contrário”.

O coordenador regional analisa que o modelo a ser implantado é o mesmo das escolas em ensino integral do Estado. Diante do anúncio, a classe pretende contestar para tentar fazer com que o projeto não entre em prática, durante uma assembleia que ocorrerá no dia 14 de julho, na capital paulista. “Iremos receber o direcionamento se entraremos ou não em estado de greve. Mas, desde já a classe dos professores nega a proposta do governo”, explica Willian. “Se quer preparar o aluno para a vida, é necessário investimento na educação básica”.

Sobre as novas aulas

Segundo o governo, opções de aulas serão oferecidas a partir do levantamento das necessidades e dos anseios dos estudantes e das possibilidades de oferta dos professores. Cada escola organizará um “Feirão de Eletivas” para que todos discutam conjuntamente quais serão as opções ofertadas. Para apoiar o processo, a Secretaria Estadual da Educação disponibilizará sugestões de temas como empreendedorismo, ética e cidadania, olimpíadas de conhecimento, teatro, comunicação não violenta e mediação de conflitos, dentre outras.  

Além disso, serão disponibilizadas duas aulas semanais de Projeto de Vida, onde os estudantes farão atividades para definirem seus objetivos, planejarem seus rumos futuros e se organizarem para chegar onde querem. Por fim, a disciplina de Tecnologia pretende trabalhar quatros elementos com os alunos: o pensamento computacional, a cidadania digital, a cultura digital e o uso de diferentes mídias e tecnologias.

 

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