Comércio regional tem pior desempenho do Estado

Projeção compara a variação de 2% de crescimento em relação a 2017 com outras 15 regiões; cenário de dezembro também é negativo

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 12/12/2018
Horário 04:00
Marcio Oliveira - Comércio varejista da região, mesmo movimentado, apresentou pior desempenho no Estado
Marcio Oliveira - Comércio varejista da região, mesmo movimentado, apresentou pior desempenho no Estado

O comércio varejista da região de Presidente Prudente, se comparado com outras 15 regiões do Estado de São Paulo, apresenta o pior desempenho quando o assunto é a projeção de faturamento para o ano de 2018, em relação ao ano passado, com um crescimento que deve chegar aos 2%, sendo que há regiões que chegam aos 7% ou 11%. Os dados são da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que traz ainda a região como a segunda com o pior desempenho na estimativa de faturamento específica para o mês de dezembro, com variação de 1%, ficando atrás de Marília apenas, que teve 0% de variação. O Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), a Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico) e os lojistas apostam em superação dos valores apontados e aquecimento nas vendas para as próximas semanas.

Antes de chegar aos dados regionais, vale destacar que a estimativa para o varejo paulista é de que, em relação ao ano de 2017, o Estado apresente crescimento de 5%, o que significa um faturamento real de vendas em R$ 682,7 bilhões. Em nível de informação, a última queda mensal registrada pelo varejo paulista foi em outubro de 2016. O panorama regional, não entanto, não é dos mais otimistas, já que na lista de 16 regiões do Estado, Presidente Prudente, na estimativa de faturamento anual, deve fechar o ano com o pior resultado, 2% em relação a 2017, o que representa um faturamento estimado de R$ 9,6 bilhões (veja a tabela).

Conforme a federação, este ano foi marcado pelo crescimento do varejo em todos os segmentos, em nível estadual, quando o avanço foi ancorado nos bons desempenhos dos segmentos ligados ao comércio de bens duráveis, cujas taxas médias de expansão mensal foram, em média, 60% maiores do que aquelas registradas nas atividades de bens semiduráveis e não duráveis. “O principal destaque fica por conta das lojas de eletrodomésticos, eletrônicos, cujo faturamento real deve crescer 11% em comparação a 2017”. Para a Fecomercio, tal fato revela que as famílias teriam encontrado uma oportunidade para “recompor” o patrimônio doméstico.

As estimativas da federação apresentam ainda cenário individual do mês de dezembro, quando a região de Presidente Prudente ocupa o segundo pior desempenho entre os anos de 2017 e 2018, já que a variação positiva será de 1%, com faturamento estimado em R$ 973,5 milhões. “A maioria das 16 regiões deverá apresentar crescimento em 2019 na comparação com 2018. Os varejos das regiões de Presidente Prudente [0%] e Araçatuba [1%] apresentarão os menores desempenhos”.

Análise do cenário

O presidente do Sincomércio, Vitalino Crellis, afirma que os dados, de fato, podem apresentar o cenário regional, mas lembra que a expectativa, no entanto, é de uma reação anual maior do que a apresentada. “É possível ver as pessoas nas ruas e no comércio gastando, então, pode ser que haja uma variação ainda melhor. Não apenas clientes, mas os comerciantes também estão animados com essa possível reação”. Ainda de acordo com Vitalino, é possível atribuir o destaque de outras regiões ao número maior de habitantes, o que traz gastos maiores, e, consequentemente, maiores números de empresas do comércio. “Acreditamos, por fim, que o 13º salário pode fazer a diferença nos valores”.

Para o titular da Sedepp, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, por sua vez, a região e principalmente a cidade de Prudente é conhecida por sua característica de prestação de serviços e comércio, o que faz com que o cenário possa e deva ser de melhora. “Penso que a situação começou a se reverter, pois pesquisas divulgadas, inclusive, por este diário, revelam que a cidade tem ganhado espaço com os comerciantes, como os franqueados, que enxergam o município como atrativo”. Ainda conforme Carlos, o cenário deve ser melhorado, visto que a administração tem tomado medidas, como o Decreto 29.269/2018, que visa desburocratizar a abertura de novas empresas. “Hoje, você consegue, dependendo do setor, abrir a empresa em um dia apenas e isso tende a fomentar nossa economia e elevar nossos números”.

Quem também acredita com positividade na melhoria do cenário é o operador de loja da Jô Calçados, de Presidente Prudente, Mathias Rodrigues. Ele afirma que anos anteriores tiveram movimentos “mais tranquilos” em relação a 2018, o que faz com que a expectativa em cima das vendas deste ano apresente bons números. “O movimento na loja é considerável e os clientes optam pelo crediário. Com a extensão do horário para 22h, neste período de fim de ano, a intenção é de que as vendes aumentem ainda mais”.

Ranking de faturamento do varejo no Estado 
Região Dados anuais 2018
Faturamento do ano em R$ ** Participação (%) Variação em % entre 2018/2017
Campinas  62.236.705 9,1 11
Osasco 57.327.863 8,4 7
Taubaté 33.267.161 4,9 6
Ribeirão Preto 40.839.656 6 6
Guarulhos 38.816.004 5,7 6
Araraquara 19.302.371 2,8 6
Sorocaba 38.507.322 5,6 5
Bauru 19.827.236 2,9 5
São José do Rio Preto 22.347.536 3,3 5
Jundiaí  40.402.383 5,9 5
São Paulo (capital) 211.802.486 31 4
Litoral 25.684.718 3,8 4
Araçatuba 10.257.197 1,5 3
Marília  14.472.669 2,1 3
ABCD 38.090.049 5,6 3
Presidente Prudente 9.600.582 1,4 2
Total 682.781.939 100 5
Fonte: Fundação Seade      
       
** Faturamento do último trimestre estimado em R$ mil    
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