O comércio varejista da região de Presidente Prudente, se comparado com outras 15 regiões do Estado de São Paulo, apresenta o pior desempenho quando o assunto é a projeção de faturamento para o ano de 2018, em relação ao ano passado, com um crescimento que deve chegar aos 2%, sendo que há regiões que chegam aos 7% ou 11%. Os dados são da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que traz ainda a região como a segunda com o pior desempenho na estimativa de faturamento específica para o mês de dezembro, com variação de 1%, ficando atrás de Marília apenas, que teve 0% de variação. O Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), a Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico) e os lojistas apostam em superação dos valores apontados e aquecimento nas vendas para as próximas semanas.
Antes de chegar aos dados regionais, vale destacar que a estimativa para o varejo paulista é de que, em relação ao ano de 2017, o Estado apresente crescimento de 5%, o que significa um faturamento real de vendas em R$ 682,7 bilhões. Em nível de informação, a última queda mensal registrada pelo varejo paulista foi em outubro de 2016. O panorama regional, não entanto, não é dos mais otimistas, já que na lista de 16 regiões do Estado, Presidente Prudente, na estimativa de faturamento anual, deve fechar o ano com o pior resultado, 2% em relação a 2017, o que representa um faturamento estimado de R$ 9,6 bilhões (veja a tabela).
Conforme a federação, este ano foi marcado pelo crescimento do varejo em todos os segmentos, em nível estadual, quando o avanço foi ancorado nos bons desempenhos dos segmentos ligados ao comércio de bens duráveis, cujas taxas médias de expansão mensal foram, em média, 60% maiores do que aquelas registradas nas atividades de bens semiduráveis e não duráveis. “O principal destaque fica por conta das lojas de eletrodomésticos, eletrônicos, cujo faturamento real deve crescer 11% em comparação a 2017”. Para a Fecomercio, tal fato revela que as famílias teriam encontrado uma oportunidade para “recompor” o patrimônio doméstico.
As estimativas da federação apresentam ainda cenário individual do mês de dezembro, quando a região de Presidente Prudente ocupa o segundo pior desempenho entre os anos de 2017 e 2018, já que a variação positiva será de 1%, com faturamento estimado em R$ 973,5 milhões. “A maioria das 16 regiões deverá apresentar crescimento em 2019 na comparação com 2018. Os varejos das regiões de Presidente Prudente [0%] e Araçatuba [1%] apresentarão os menores desempenhos”.
Análise do cenário
O presidente do Sincomércio, Vitalino Crellis, afirma que os dados, de fato, podem apresentar o cenário regional, mas lembra que a expectativa, no entanto, é de uma reação anual maior do que a apresentada. “É possível ver as pessoas nas ruas e no comércio gastando, então, pode ser que haja uma variação ainda melhor. Não apenas clientes, mas os comerciantes também estão animados com essa possível reação”. Ainda de acordo com Vitalino, é possível atribuir o destaque de outras regiões ao número maior de habitantes, o que traz gastos maiores, e, consequentemente, maiores números de empresas do comércio. “Acreditamos, por fim, que o 13º salário pode fazer a diferença nos valores”.
Para o titular da Sedepp, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, por sua vez, a região e principalmente a cidade de Prudente é conhecida por sua característica de prestação de serviços e comércio, o que faz com que o cenário possa e deva ser de melhora. “Penso que a situação começou a se reverter, pois pesquisas divulgadas, inclusive, por este diário, revelam que a cidade tem ganhado espaço com os comerciantes, como os franqueados, que enxergam o município como atrativo”. Ainda conforme Carlos, o cenário deve ser melhorado, visto que a administração tem tomado medidas, como o Decreto 29.269/2018, que visa desburocratizar a abertura de novas empresas. “Hoje, você consegue, dependendo do setor, abrir a empresa em um dia apenas e isso tende a fomentar nossa economia e elevar nossos números”.
Quem também acredita com positividade na melhoria do cenário é o operador de loja da Jô Calçados, de Presidente Prudente, Mathias Rodrigues. Ele afirma que anos anteriores tiveram movimentos “mais tranquilos” em relação a 2018, o que faz com que a expectativa em cima das vendas deste ano apresente bons números. “O movimento na loja é considerável e os clientes optam pelo crediário. Com a extensão do horário para 22h, neste período de fim de ano, a intenção é de que as vendes aumentem ainda mais”.
Ranking de faturamento do varejo no Estado | |||
Região | Dados anuais 2018 | ||
Faturamento do ano em R$ ** | Participação (%) | Variação em % entre 2018/2017 | |
Campinas | 62.236.705 | 9,1 | 11 |
Osasco | 57.327.863 | 8,4 | 7 |
Taubaté | 33.267.161 | 4,9 | 6 |
Ribeirão Preto | 40.839.656 | 6 | 6 |
Guarulhos | 38.816.004 | 5,7 | 6 |
Araraquara | 19.302.371 | 2,8 | 6 |
Sorocaba | 38.507.322 | 5,6 | 5 |
Bauru | 19.827.236 | 2,9 | 5 |
São José do Rio Preto | 22.347.536 | 3,3 | 5 |
Jundiaí | 40.402.383 | 5,9 | 5 |
São Paulo (capital) | 211.802.486 | 31 | 4 |
Litoral | 25.684.718 | 3,8 | 4 |
Araçatuba | 10.257.197 | 1,5 | 3 |
Marília | 14.472.669 | 2,1 | 3 |
ABCD | 38.090.049 | 5,6 | 3 |
Presidente Prudente | 9.600.582 | 1,4 | 2 |
Total | 682.781.939 | 100 | 5 |
Fonte: Fundação Seade | |||
** Faturamento do último trimestre estimado em R$ mil |