Crédito aprovado deve ser usado com cautela

Para economista, operação só deve ser feita em casos emergenciais, como gastos com saúde; juros devem ser analisados

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 12/02/2019
Horário 09:05
Arquivo - Edilene: “Empréstimo é opção somente para emergências”
Arquivo - Edilene: “Empréstimo é opção somente para emergências”

Na hora do aperto, uma das opções para eliminar dívidas que estão em atrasos - ou prestes a entrar no vermelho - é fazer um empréstimo, muitas vezes já pré-aprovado. Aliás, no Brasil, em 2018, o BC (Banco Central) contabilizou que o saldo de empréstimos ofertados pelas instituições financeiras cresceu em média 5,5%, isto é, maior acesso às operações. Mas, para quem entende do assunto, é necessário ter cautela na hora de optar por um dinheiro extra desta forma, para que a situação não vire “um tiro que saiu pela culatra”.

É o que orienta a economista Edilene Takenaka. No ponto de vista da especialista, as pessoas precisam entender e enxergar que realizar um empréstimo não é uma opção simples e só deve ser aplicado em um momento em que todos os outros recursos se esgotaram. “É preciso recorrer quando há muita necessidade, para algo que é urgente, uma emergência, e não há uma opção melhor para seguir em frente”, completa.

Em alguns exemplos, a economista lista os gastos com saúde, que são prioridades, ou até mesmo optar por um empréstimo para comprar uma casa e sair do aluguel. “Mas se estamos falando de um consumo do dia a dia ou da compra de algo que se pode esperar, é melhor realmente esperar”, destaca. Porque nos casos em que as pessoas pensam na facilidade da contratação, mas se esquecem dos juros e do longo caminho de pagamento que haverá pela frente, podem entrar numa “fria”, lembra Edilene.

Quem já passou por isso foi a consultora de vendas, Nathalia Galindo, que, após acumular algumas dívidas, acabou optando por um empréstimo, porém, “não foi a melhor opção”, conforme ela mesma diz. “Isso porque, após eu recorrer ao dinheiro extra para mudar de situação, continuei com as mesmas atitudes e as dívidas voltaram”, lamenta. Com isso, ela conta que somadas ao empréstimo estavam as novas pendências, o que gerou a famosa “bola de neve”.

Hoje, no momento em que se encontra mais estável, tempos depois, Nathalia diz que “aprendeu com a lição”. Mas, para isso, ela teve que adotar atitudes que são comuns no cotidiano do professor Pedro Henrique Lopes. Como, por exemplo, “listar o que ganha e o que perde todo mês, financeiramente falando, conter gastos, optar por locais de lazer mais em conta e evitar o uso do cartão de crédito sem necessidade”, comenta.

À reportagem, Pedro conta ainda que já fez sim o uso de empréstimo pessoal, mas foi algo “bem” planejado por ele um bom tempo antes da contratação e que, por isso, “não lhe trouxe nenhum problema ou pendência financeira”.

DICAS PARA NÃO SE ENDIVIDAR

- Ter planejamento orçamentário;

- Fazer uma planilha com gastos e receitas;

- Frisar as dívidas que são fixas, como prestação de imóveis, carros e aluguel;

- Não comprometer mais de 20% do salário com gastos em cartão de crédito;

- Poupar, nem que for o mínimo, pois surpresas sempre ocorrem.

Fonte: Economista Edilene Takenaka

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