Cuidados com a saúde mental

Janeiro Branco é um convite para pensar, discutir, refletir e procurar ajuda para que o bem-estar esteja acima de qualquer dificuldade

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 24/01/2020
Horário 09:26

Acordar pela madrugada, preparar as tarefas de rotina, levar os filhos à escola, correr para o trabalho, atender clientes, resolver os problemas que surgem no dia a dia... Ufa! Chega um momento do dia em que a mente precisa de uma pausa. Mesmo que haja resistência, ela é necessária para que o bem-estar esteja acima de qualquer dificuldade. E como forma de prevenir e orientar sobre os cuidados com a saúde mental, o primeiro mês do ano é lembrado como o Janeiro Branco.
O tema é um convite para pensar, discutir, refletir e procurar ajuda. Conforme a psicóloga Cleide Aparecida de Santana, não existe faixa etária que mais sofre com as doenças da mente. “Quando não trato da saúde mental, todo o meu corpo adoece”, afirma. “[O caso] precisa ser acompanhado por profissionais competentes na área para que não se evolua para quadros mais graves”, explica a psicóloga.
Entre as doenças atuais, destaca-se a depressão. O assunto tem sido muito falado e não escolhe a quem atingir. “Ainda não existe um consenso sobre as causas da depressão, mas pode ser hereditária, de relações tóxicas e abusivas, bullying, luto mal elaborado, descontentamento profissional”. Além dela, o transtorno de ansiedade também está em evidência, tendo como possíveis causas evento traumático, situações estressantes geradas por expectativas, doenças físicas, ambientes tóxicos e distúrbios hormonais.
Diante destes problemas, o apoio de amigos e familiares é importante para ajudar a superar, principalmente, abrindo espaço para o diálogo. Além, é claro, da busca profissional. “Muitos falam que [a atitude] é para chamar atenção, ou falta de Deus, ou é passageira”, lembra a psicóloga. “Mas é uma doença e, sendo uma doença, precisa de tratamento com profissionais [psiquiatras e psicólogos] preparados e qualificados para poder lidar”.

MUDANÇA NA ROTINA AJUDOU NA MELHORA
E foi começando tratamento que a atleta veterana de jiu-jitsu master 3, Iara Anai Raimundo, 42 anos, conseguiu vencer a depressão. Em 2016, ela descobriu que estava com a doença e, ao mesmo tempo, com início da síndrome do pânico. Orientada no ambiente de trabalho, procurou ajuda psiquiátrica e recorreu aos medicamentos para controle dos problemas.
Ao mesmo tempo em que recebia ajuda, começou a praticar o jiu-jitsu, modalidade que foi um divisor de águas em sua vida. “Comecei a fazer aulas e resgatar alguns valores, sentimentos. Dentro de um ano de treino, me senti muito bem e fui parando com medicamentos, criando novas amizades”, relata. Ela conta que o ambiente “diferente e acolhedor” interferiu na melhora, assim como auxílio do professor.
“O mais difícil para quem tem depressão é que o mundo não te abraça”, lamenta Iara. “Um dos meus maiores objetivos no esporte não é ganhar, mas levar mulheres da minha idade a praticar atividades que tragam melhor qualidade de vida”, afirma.

Publicidade

Veja também