Destino da via férrea regional segue indefinido

Prazo para resposta da Rumo findou dia 2; empresa propôs apresentar alternativas de fretes que viabilizem transporte do trecho

PRUDENTE - ANNE ABE

Data 06/08/2017
Horário 12:07

O prazo estipulado para a Rumo ALL (América Latina Logística) apresentar sua posição a respeito da proposta recebida na última reunião com representantes da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) teve fim na quarta-feira. No entanto, a Rumo não apresentou uma resposta e informou que irá enviar, em breve, outras alternativas de transportes, com base em estudos de logística realizados na região. Com isso, segue indefinido o futuro da linha férrea regional, que se encontra cercada de mato seco e pedras, tomando os trilhos danificados em consequência aos anos em desuso.

A proposta apresentada na reunião, que ocorreu no último dia 22 de julho, em Presidente Prudente, foi de que a Rumo devolva a concessão da malha ferroviária para a União ou, então, que exponha um novo plano sobre a viabilidade do transporte de carga na região entre Presidente Prudente, Presidente Epitácio e Ourinhos, com 500 mil, 750 mil e 1 milhão de toneladas/ano. Na ocasião, o prazo estipulado foi de 20 dias, porém, a própria concessionária solicitou prorrogação do tempo final, que passou para o dia 2 de agosto.

Após essa ausência de resposta, o vice-presidente da UEPP, Marcos Antonio Carvalho Lucas, informa que as entidades irão continuar reivindicando a ligação da linha férrea diretamente com o governo e cobrando a Rumo. Para ele, a região “já esperou demais e a culpa pelo fracasso da ferrovia é da atual concessionária”. Reforça ainda que “há demanda de carga e também de empresários interessados, o que falta é recuperar o trecho e colocar um preço razoável”. “A devolução deve ocorrer com o trecho recuperado, assim como o recebeu. Isso é uma obrigação na concessão que está sendo exigida pelos caminhos legais", declara.

A necessidade do transporte também é apontada pelo vice-presidente do Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana, José Claudinei Messias, que está acompanhando o caso desde o começo, tendo em vista que o trecho tem grande relevância à região, pois já foi constatada uma demanda média de 1 milhão de toneladas de carga por ano. “Eles [concessionária] nunca cumpriram com o contrato. Já foi pedido que a empresa devolvesse o trecho, mas, antes, teria que recuperá-lo. A prioridade não é devolver e, sim, fazer com que ele funcione”, pontua.

De acordo com o vice-presidente, as discussões a respeito do destino da via ferroviária tiveram início em 2001 e, desde então, diversas reuniões entre as empresas e representantes da sociedade civil foram organizadas com o intuito de resolvê-la. Porém, “sem dúvida, houve um descaso por parte da ALL, que se mantém com a Rumo, ela ainda se propôs a fazer uma planilha com valores de frete, que viabilizem o transporte do trecho”, acrescenta.

Além disso, José Claudinei ressalta que a falta dos trilhos ferroviários causam prejuízos para a economia no transporte, ligação entre as estações de trem municipais, e, ainda, afetam a geração de emprego e, consequentemente, a renda da familiar.

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