Do subúrbio ao estrelato, Projota conta trajetória em novo álbum

Intitulado “Tributo aos Sonhadores I”, recente trabalho concretizado tem oito músicas inéditas; simultaneamente, dois clipes foram lançados aos fãs do cantor

VARIEDADES - THIAGO MORELLO

Data 02/05/2019
Horário 10:30
Reprodução/Facebook: Clipe “Sei lá” foi gravado em colaboração com cantor Vitão
Reprodução/Facebook: Clipe “Sei lá” foi gravado em colaboração com cantor Vitão

Criado na zona norte paulistana, mais especificamente no bairro de Lauzane Paulista, José Tiago Sabino Ferreira, popularmente conhecido como Projota, desde sua adolescência, não imaginava que hoje teria em sua sombra uma legião de fãs. E apesar de sempre haver esforços para mostrar seu trabalho, o rapper garante que a realidade da época não permitia visualizar tal grandeza. Mas conseguiu, e não é de hoje. Recentemente, o artista lançou o seu mais novo álbum, intitulado “Tributo aos Sonhadores I”, no qual, com oito faixas inéditas, traz ao público um pouco de sua trajetória: do subúrbio ao estrelato. Um trabalho de mais ou menos um ano, mais que ainda não acabou, já tem play garantido nas principais plataformas de música.

Mas o novo CD, na verdade, nem era para ser um CD, como ele mesmo diz. A ideia inicial era fazer uma mixtape com várias músicas e dar de presente aos fãs. Porém, assim como todos os trabalhos, a ideia inicial acabou se transformando e promovendo um resultado diferente, e ao invés de um, dois novos álbuns. “Dentro desse processo de criação, eu tenho hoje 20 músicas prontas. Dessas, oito estão no primeiro volume do álbum, e as demais a gente vai organizar para ver como será”, comenta. As músicas restantes serão disponibilizadas no volume II, que ainda não tem data definida para publicação.

Isso porque o trabalho ainda continua. À reportagem, Projota detalha que faz pouco mais de um ano quando começou a trabalhar nesse projeto, e ousa dizer que tem sido o mais demorado de todos até hoje. “Eu estava numa fase que tinha muita inspiração, mas pouca batida. Porque quando você fica um tempo sem compor, sempre dá aquela esfriada. Até que um dia aflorou e deu certo”, fala. E hoje, com o produto final encaminhado, não deixa de ressaltar que o nome vem dos sonhos que existem dentro dele e sempre existiram, “como um bom sonhador”.

Sonhos que foram sendo realizados ao longo dos anos de carreira e, conforme ele, graças ao seu trabalho e o reconhecimento dos fãs. E isso pode ser visto na própria capa do disco. Com os olhos fechados e as mãos em sinal de oração, a ilustração, como conta o rapper, nada mais do que representa a realidade de um artista em “constante agradecimento aos fãs, que espiritualmente promovem essa troca de energia”.

Músicas

No novo trabalho, o cantor disponibiliza ao público oito inéditas faixas, que contam, nas letras, histórias de superação. Simultaneamente, duas delas já tiveram seus respectivos videoclipes liberados: “Sei lá” e “Celta Vermelho”. Na primeira, com a participação do cantor Vitão, vem em clima romântico, com música feita apenas com voz e violão. A letra narra a história de um casal que está separado, que sente saudades e que conta com a sorte para se reencontrar. “É sobre acreditar no amor e não desistir. É o exemplo que uso dentro do meu próprio casamento. Por um tempo, eu e minha atual esposa estivemos separados, mas conseguimos superar as dificuldades”, completa Projota.

Já em “Celta Vermelho”, contando a própria história, o rapper traz à tona o sonho de muitos: ter o primeiro carro. Ele afirma que a letra é extremamente biográfica, pois fala sobre os carros que a minha família teve, e o Celta vermelho foi o primeiro carro do artista, sem ar e sem direção, parcelado em 60 vezes. “O ano era 2010. Eu cantava nos eventos e, em seguida, descia do palco com os CDs na mão para vender para a galera. Meu DJ, o Zala, me emprestou 2 mil reais pra eu dar de entrada no carro e eu financiei o restante. Não tem o ‘Sonho Americano’? Nessa época eu conquistei o sonho brasileiro: um apê alugado e um celtinha financiado”, relembra o rapper na letra da canção.

Mas ao ser questionado, ele não se acanha em dizer que o filho favorito é a faixa de número 8: Mais uma briga no bar. “É como se eu tivesse sonhado com uma música, e ela alcança todas as expectativas. Eu tenho muito orgulho e conto muito da construção dela”, comenta. A canção trata das dificuldades da vida e sobre a sabedoria de não revidar.

Views e streamings

Mensalmente no Spotify, suas músicas somam cerca de 1,6 milhão de plays, fora o pouco mais de 5 milhões de inscritos em seu canal do YouTube, que juntos deram mais de 1,3 bilhão de views nos videoclipes do cantor.

Se ele imaginava que seria dessa forma, a resposta é vem de um pensamento lógico. Em 2009/2010, quando o nome do cantor ganhou mais notoriedade - e até antes -, ele lembra que as plataformas que existiam não eram as mesmas de hoje. “Eu divulgava meus sons no Soundcloud, Myspace. E quando consegui 1 mil exibições pela primeira vez, pra mim já era algo imenso. Não dá pra imaginar. É surreal. Ainda vindo hip hop, que era um público menor”, avalia.

Mas de lá pra cá, muita coisa mudou, até mesmo a forma de ver o gênero musical. E com o sucesso, o rapper teve a oportunidade de gravar com grandes nomes, como Anitta, Marcelo D2, Negra Li, Rashid e Thiaguinho. “E Maria Rita, Marisa Monte, Falcão do Rappa, por exemplo, são nomes que ainda estão em minha mente, não só pensando em colaborações, mas também como referências”, pontua.

 

Curiosidades:

- O clipe de “Sei Lá” levou cerca de 10 horas para ser gravado e teve cerca de 50 pessoas envolvidas na produção. Já “Celta Vermelho” levou mais de 12h;

- Todo o processo de criação, produção e gravação de “Celta Vermelho” aconteceu em menos de três dias;

- Um dos melhores pilotos de drift foi contratado para as cenas em que a BMW dá voltas ao redor de Projota no clipe. Tudo foi pensado para que a gravação ocorresse com toda a segurança.


 

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