Doação de órgãos é um ato que precisa ser discutido em família

EDITORIAL -

Data 16/03/2019
Horário 04:00

Não diferente de outras regiões do país, a captação de órgãos humanos em Presidente Prudente enfrenta suas dificuldades. Estatisticamente, os números poderiam ser maiores para que mais pessoas fossem beneficiadas com os transplantes, mas ainda há uma série de barreiras que impedem as contribuições. No ano passado, no município foram 24 doações diante de 34 no ano anterior, queda de 29,41%. Já os transplantes realizados, no mesmo comparativo, ficaram estáveis, com 12 casos em cada um dos anos. Todos os procedimentos executados na Santa Casa de Misericórdia.

É sabido que a casa numeral não atende a demanda de pacientes na fila de espera pela cirurgia. Segundo estimativa do Carim (Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico), são cerca de 400 pessoas em tratamento de hemodiálise nos hospitais credenciados. Ao que se percebe, no dia a dia, o assunto tem sido pouco debatido dentro de casa, uma vez que, na hora da captação, há dúvidas acerca da pretensão. Outros fatores culturais e religiosos também influenciam. Portanto, a melhor maneira de se tornar um doador é informar os pais, irmãos, amigos, para que a família tenha maior subsídio na hora de autorizar os médicos a promover o transplante.

A doação é um ato de amor ao próximo e são os familiares que decidem por este procedimento. Todos somos doadores e a legislação brasileira prevê que nenhum documento feito em vida vale na hora de se confirmar a intenção de quem foi a óbito cerebral. É preciso se autodeclarar doador. O que vai importar, a partir do aval da família, é a compatibilidade entre os doadores e os receptores.

Há famílias na angústia, à espera de órgãos vitais, e a doação de órgãos e tecidos pode devolver esperança a estas pessoas. Levar em consideração os prós e contras e sanar as dúvidas, com os profissionais da área, em literaturas, nas informações propagadas pela imprensa, pode esclarecer o procedimento de retirada de órgãos. Mais que doadores, podemos nos transformar em disseminadores de vida.

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