Entidades cobram consciência política em pleito

Insatisfeito com atual cenário político e socioeconômico, movimento sindical realizou manifesto contra “retirada dos direitos dos cidadãos”

Eleições - ANDRÉ ESTEVES

Data 11/08/2018
Horário 06:02
José Reis - Manifesto ocorreu no calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, ontem
José Reis - Manifesto ocorreu no calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, ontem

Em consonância com os atos de mobilização realizados em todo o país, líderes sindicais de Presidente Prudente e região estiveram no calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, na manhã de ontem, para promover o Dia do Basta. De acordo com a organização, o objetivo foi conscientizar a população a respeito da importância de pesquisar o passado dos candidatos ao pleito eleitoral, bem como a sua conduta durante a votação de projetos que interferiram na vida da população, sobretudo aqueles que trataram da “retirada dos direitos dos cidadãos e do desmonte dos serviços públicos”, a exemplo das reformas trabalhista e previdenciária e da Emenda Complementar 95/2016, a qual restringe os gastos públicos na saúde e na educação. O movimento também ocorreu em protesto contra os índices de desemprego, o aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, a privatização de empresas e a “perseguição” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A coordenadora da subsede da CUT (Central Única de Trabalhadores) em Prudente, Ana Lúcia de Mattos Flores, aponta que o manifesto é uma resposta aos “inúmeros retrocessos que a população vem assistindo desde o golpe imposto pelo governo Temer [MDB]”. Ela defende que, na época dos fatos, a população não entendia com clareza as consequências que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) traria para o cenário político e socioeconômico do país, no entanto, tais efeitos passaram a ser percebidos nos reajustes consecutivos de produtos considerados essenciais.

Para Ana Lúcia, é preciso que os eleitores não voltem a sua atenção apenas para a escolha do novo presidente da República, mas sejam criteriosos ao definir os demais candidatos que compõem o Congresso Nacional, por onde as propostas passam e são aprovadas antes da sanção do presidente. A militante destaca que uma das principais preocupações é a emenda que limita o teto dos gastos públicos, sobretudo na área da saúde, que requer investimentos para a manutenção do SUS (Sistema Único de Saúde).

No tocante às reformas trabalhista e previdenciária, Ana Lúcia orienta que “as pessoas conheçam os nomes dos parlamentares que se posicionaram contra os direitos dos trabalhadores”. “A reforma previdenciária, por sua vez, só não foi votada porque os movimentos sociais e sindicais seguiram para as ruas. Mais tarde, o Congresso decidiu protelar o assunto, pois a aprovação das mudanças em pleno ano eleitoral poderia repercutir mal nas urnas”, argumenta.

“Nenhum direito a menos”

A presidente do Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente), Luciana Telles, pondera que a entidade, como representante dos trabalhadores públicos municipais, esteve no local para defender o emprego por meio de concurso público, o acesso à aposentadoria e a manutenção dos direitos trabalhistas, assim como se manifestar contra a terceirização e precarização dos serviços públicos. “Estamos aqui para pedir à população que fique de olho e preste atenção nas próximas eleições para que não tenhamos nenhum direito a menos”, pondera.

Já o presidente do Sindicato dos Bancários, Edmilson Trevizan, diz que o governo Temer “deu um golpe contra a democracia”, sob o pretexto de alavancar a economia, quando, na realidade, a “situação desandou”. “Voltamos a ser um país de miseráveis, com um PIB [Produto Interno Bruto] baixo, e sem emprego para a população. Hoje, as pessoas nem saem mais de casa para procurar emprego, porque não querem dispensar em ônibus o dinheiro que podem utilizar para garantir o alimento”, pontua.

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