Esporte auxilia no desenvolvimento das crianças

Sem ultrapassar limites individuais, atividades contribuem para evolução e ainda melhoram eficiência nos estudos

Esportes - JULHIA MARQUETI

Data 12/10/2018
Horário 05:30
Marcio Oliveira - Inspirada pela mãe, Esther gostaria de se tornar profissional de basquete
Marcio Oliveira - Inspirada pela mãe, Esther gostaria de se tornar profissional de basquete

Com muita energia para gastar, as crianças buscam diferentes maneiras para se divertir. Mesmo que, normalmente, não misturem brincadeiras e conhecimentos, algumas delas sabem da importância da prática de um esporte, seja por incentivo dos pais ou dos colegas. Além do desenvolvimento motor, já que favorece o crescimento, a manutenção do peso corporal, o funcionamento do sistema circulatório e postura adequada, o envolvimento com alguma modalidade esportiva também ajuda no desenvolvimento social, já que proporciona a constituição de novos conhecimentos.

Entendendo a importância da prática esportiva entre os mais jovens, o sistema público das cidades costumam proporcionar a vivência dos esportes para as crianças. Em Presidente Prudente, por exemplo, a Semepp (Secretaria Municipal de Esportes) e a Seduc (Secretaria Municipal de Educação), oferecem diversas modalidades para os mais novos, por meio de um único projeto, o “Cidadescola”. “É um projeto de educação integral, que envolve vários lugares ociosos da cidade que podem ser usados para educar as crianças através do esporte com diferentes modalidades, como natação, judô, entre outras. Hoje, o atendimento gira em torno de quatro mil crianças”, destaca Sônia Maria Pelegrini, secretaria de Educação.

Esse número, inclusive, é considerado baixo pela chefe da pasta de Educação, que diz que deseja dobrar o número. “Queremos chegar a nove mil crianças, porque a gente sabe que o esporte é uma janela aberta para formação, então tudo o que você plantar neste momento, na infância, você consegue muitos frutos. Então, o esporte dá à criança, além dos conhecimentos, uma noção de disciplina”, enfatiza.

Como exemplo, a estudante de Engenharia Cartográfica, Gabriele de Oliveira, conta que o esporte serviu como inventivo para entrar na faculdade, já que não poderia mais fazer parte do grupo em que estava e nem seguir profissão com o basquete. “Ia ser bem difícil [levar como profissão], até por conta da minha altura, mas eu pensei em jogar pela faculdade, então me incentivou nisso mesmo. Estudei bastante, treinei bastante, consegui entrar na faculdade e nesse primeiro ano já fui atleta destaque. Tentei ajudar as meninas, assim todas me acolheram bastante”, relata.

Hoje com 18 anos, Gabriele relembra a importância que teve em praticar uma modalidade desde pequena e o quanto isso a tornou uma apaixonada pela bola no cesto. “Desde 2011 eu pratico [o basquete], que foi quando eu conheci o esporte. Além do estudo, também teve aquele convívio com as outras pessoas, que nos leva a ouvir e aceitar outras opiniões. Me incentivou demais, fiquei completamente apaixonada pelo esporte, aprendi a ganhar e a perder também”, destaca.

No início

Esther do Nascimento, de 11 anos, ainda está no início de sua carreira esportiva, mas, mesmo assim, já sabe identificar onde o esporte é necessário para melhorar sua vida em diferentes aspectos. “Eu me sinto bem porque eu tenho amizades no basquete, faz me sentir bem com o meu corpo. Até o cansaço é bom, saber que me canso mas é uma coisa boa, que eu sei que me esforcei para fazer aquilo”, afirma. Pensando como profissão, Esther não tem como espelho as grandes atletas, mas sim, uma pessoa que está bem próxima dela. “Me espelho na minha mãe, que já jogou por várias cidades e eu sempre quis jogar como ela. E, para isso, sei que preciso me esforçar bastante e treinar ao máximo, para realizar meus sonhos”, concluí.

Cuidado necessário

Técnico de handebol e educador físico, Péricles Junior lembra que os benefícios do esporte na infância são inúmeros, mas todos têm um limite, e isso tem que ser respeitado. “Isso é importante para toda e qualquer atividade física, que deve ser orientada por um profissional da área. Este é gabaritado para instruir de forma adequada. A criança deve ir ao médico e fazer todos exames necessários para que esteja apta a se desenvolver em qualquer que seja a atividade física”, pondera.

Sobre a intensidade da carga entre os menores, Péricles diz ser necessário “se respeitar cada indivíduo, pois cada um tem um biotipo e poderá trabalhar cada um na sua intensidade. Porém, as crianças são muito ativas e temos que estar atento a esse aspecto”, alerta o treinador.

Colocando atividade física como qualquer movimento corporal que resulte em gasto energético, Péricles explica que, desde o nascimento, os seres humanos já realizam algum tipo de prática, mas quando se trata em atividade especifica o assunto muda. “Se falando em atividades orientadas, vou falar da minha modalidade hoje, que é o handebol. Em Presidente Prudente iniciamos aos 9 anos, mas em alguns países europeus já se inicia aos 5 anos”, revela. Já pra os mais novos, a natação pode ser uma boa dica. “É uma excelente atividade para o desenvolvimento global da criança”, finaliza.

Publicidade

Veja também