Recentemente, a divulgação da primeira imagem real de um buraco negro no Universo marcou a história da ciência. O que poucos sabiam, mas também passou a ser discutido, foi o nome da cientista Katie Bourman, que liderou o desenvolvimento do algoritmo que possibilitou a captura da foto. E com base nos estudos da ONU (Organização das Nações Unidas), ela faz parte dos 30% de mulheres que estão na comunidade científica global. Pensando nisso, existe uma mobilização para mudar esse cenário, que tem reflexos até regionalmente. A exemplo disso, a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), de Presidente Prudente, realiza até semana que vem a 2ª edição do Meninas na Stem (Science, Tecnology, Engineering e Mathematics - Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Desta vez, 606 alunas de escolas municipais e privadas de Prudente e região estão inscritas para participar.
O objetivo da ação pode ser resumido em um verbo: despertar. Pelo menos essa a intenção de toda a mobilização, de acordo com a coordenadora do curso de Química, Patrícia Alexandre Antunes, que também representa o projeto. “Ao longo desses dias, as meninas participantes estarão envolvidas em oficinas que fornecem experiências na área da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. É uma chance delas se descobrirem nos ramos ou até mesmo entender se esse é um caminho que realmente gostaria de seguir”, completa.
Questionada, ela responde à reportagem que, regionalmente falando, a adesão de mulheres nas áreas mencionadas também é baixa, no qual o público masculino ainda acaba sendo a maioria. “Então, é um momento delas tirarem suas dúvidas e conhecer melhor essas áreas, podendo assim se interessar ainda mais”, argumenta Patrícia. Na visita, de duração de 4 horas, as participantes passarão por oficinas técnicas dentro dos ramos.
No ano passado, a primeira edição agregou 450 meninas, o que, conforme a Unoeste, representa aumento de 35% para esse ano. “Isso vem do sucesso que foi no ano passado”, comenta a coordenadora. O número de escolas é o mesmo do ano passado: 13. Porém, com o acréscimo da participação do grupo Unimed/Semepp/Instituto Edespp, que atende meninas em aulas de modalidades esportivas.
Aliás, o grupo, junto de duas escolas municipais de Sandovalina, abriram ontem o primeiro dia de Meninas da Stem. Péricles Júnior, um dos professores representantes do instituto, fala sobre a importância de envolver o público feminino também em atividades como essa. Segundo ele, foram 29 meninas que compareceram.
Uma delas é a estudante Maria Fernanda Gonçalves Gava, 15 anos. Decidida a fazer o curso de Engenharia Química, o evento, para ela, foi uma oportunidade para tirar algumas das dúvidas que possui em relação à área. “Eu sempre pesquisei bastante sobre o que queria fazer, mas acredito que nunca é tarde para ficar ainda mais inteirada”, completa. Na verdade, ela diz que essa é a dica que deixa para quem ainda não sabe o que quer ou já sabe, mas poderia entender ainda mais: pesquisar, se inteirar e, se possível, participar de momentos como esse.
Saiba mais
As oficinas envolvem os cursos de Ciências Biológicas, Química, Matemática e Arquitetura e Urbanismo, contando com as participações dos cursos de Fonoaudiologia, Enfermagem, Biomedicina e Estética e Cosmética, com apoio da Gastronomia. Outros apoios são da Assessoria de Relações Interinstitucionais e do Departamento de Comunicação da Unoeste, com o envolvimento do NAE (Núcleo de Apoio ao Estudante).
Fonte: Unoeste
