A Polícia Civil de Adamantina, juntamente da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), deflagrou uma operação policial que investiga supostas fraudes em multas de trânsito no município. Na tarde de ontem, quatro pessoas foram presas - sendo duas delas funcionárias da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) -, acusadas de fazer parte do esquema, que tinha o objetivo de “apagar infrações“. Segundo o delegado Rodrigo Pigozzi Alabarse, da DIG, até o momento, as autoridades trabalham com a informação preliminar de que aproximadamente 160 pessoas se beneficiariam com o sistema.
Uma investigação que começou em novembro de 2016 e deu início na operação ontem. Conforme o delegado, o esquema funcionava da seguinte forma: as multas que eram realizadas nas vias eram recepcionadas pelos dois funcionários do órgão de trânsito, que, com a ajuda dos outros comparsas, procuravam os respectivos motoristas autuados e lhe cobravam valores para não lançar as infrações no sistema do Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo). “Geralmente, tratavam-se de multas mais graves. Em muitas vezes, eles até entregavam o documento ao condutor”, reforça o delegado.
À reportagem, a autoridade informou que mesmo que as investigações tenham iniciado no fim do ano passado, o período analisado no levantamento é de desde janeiro de 2016. “Tudo começou a partir de uma denúncia interna, do próprio órgão estadual, que desconfiava da situação”, afirma. Ainda de acordo com o representante policial, a investigação aponta, incialmente, que “o serviço de fraude” começou a circular em julho do ano passado.
Identificado os suspeitos, a polícia afirma que, agora, o sentido da investigação parte para o objetivo de encontrar os suposto beneficiários do esquema. “Lembrando que eles também podem responder criminalmente pela situação, mais especificamente por corrupção ativa”, completa o delegado.
Os quatro envolvidos, sendo três homens e uma mulher, tiveram a prisão temporária decretada e poderão responder por corrupção passiva e associação criminosa. Ainda conforme o policiamento, os três suspeitos ficaram reclusos na cadeia pública de Adamantina. Já a mulher, funcionária da Ciretran, foi encaminhada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.
Apoio
Antes do fechamento desta edição, a reportagem procurou o Detran para se pronunciar sobre o caso. Por meio de nota, o órgão relatou que permanecerá dando o apoio necessário à polícia e que tem compromisso em combater todo e qualquer tipo de falha. Em relação aos funcionários, o Detran garante que, “se comprovadas irregularidades, os servidores responderão a processo administrativo e, ao final, poderão ser exonerados”.
Para que o esquema não volte a ocorrer, o órgão destaca que um sistema está em desenvolvimento, cuja intenção é permitir que “todos os autos de infração de multas aplicadas”, sejam por meio da Polícia Militar ou do Detran, possam ser processados “de forma 100% online, no local da autuação”.