Moradores apontam processo de expansão e urbanização do bairro e da cidade

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 21/05/2018
Horário 10:22
Jose Reis - Odete Viana se preocupa com descarte de lixo em bueiro
Jose Reis - Odete Viana se preocupa com descarte de lixo em bueiro

Percorrer a Vila Charlote é entrar em contato com a história do processo de urbanização de Presidente Prudente. As pioneiras do bairro relatam que, ao chegarem ao local, o cenário era bem diferente do que pode ser visto hoje. A dona de casa Rita Ribeiro da Costa, 80 anos, lembra que tudo o que a vista alcançava era coberto por mato e as poucas casas que havia eram de madeira. “Desde então, passou por uma evolução muito grande e, hoje, posso considerar a vila um pedacinho do céu”, comenta a residente, que sente muito apreço pelo lugar, onde começou a viver em 1972. “A minha casinha está caindo, mas a vejo como uma mansão”, afirma.

A aposentada Odete Viana Queiroz, 68 anos, conta que já faz parte do bairro há mais de 60 anos, portanto, acompanhou todo o seu desenvolvimento, como a chegada do asfalto e do saneamento básico. No entanto, acredita que chegou um momento em que todo esse processo se estagnou, de modo que a Vila Charlote ficou parada no tempo. A proximidade com o centro, contudo, é um dos pontos que favorecem a vida dos moradores, uma vez que têm acesso rápido a supermercados, agências bancárias, farmácias, entre outros serviços. Até mesmo a espera pelo transporte coletivo não é problema, afirma Odete. Isso porque, diferente de outros bairros, onde há a necessidade de aguardar por linhas específicas, os residentes da vila têm a vantagem de utilizar os ônibus que incluem aquela área em seus itinerários. “Eu pego qualquer um que passar”, relata.

A dona de casa Fátima Aparecida Coraça, 61 anos, também enfatiza a expansão do bairro, pois as vias tinham buracos quando ali chegou. Em termos de infraestrutura, ela reconhece que, “agora, as coisas estão muito melhores”. Por outro lado, em se tratando de segurança pública, acredita que poderia haver intensificação da ronda policial. A dona de casa Enedina de Oliveira Rocha, 69 anos, reforça o pedido, sobretudo após tomar conhecimento da recente ocorrência de furtos e roubos em residências da vila.

A Seção de Comunicação do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) defende que não há escassez de meios humanos e logísticos neste bairro, pois, além da presença diuturna de policiais militares rondando a área, há o apoio de equipes que atuam por meio da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), que reforçam o patrulhamento nas ruas, e de outras modalidades de policiamento, como cavalaria, Força Tática, Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), Ronda Escolar e até mesmo o Helicóptero Águia da PM. “Devido à sua localização, os moradores do bairro podem contar com o atendimento do posto policial localizado na Avenida Quatorze de Setembro”, complementa.

A corporação menciona que os índices no município de Prudente, como um todo, mantém-se “estáveis” e, inclusive, “abaixo da média estadual”. Para ilustrar, a área de atuação da companhia referente à Vila Charlote registrou 19 roubos no primeiro trimestre deste ano, quatro a menos do que no mesmo período de 2017, quando houve 23 ocorrências dessa natureza.

Fora o interesse por mais policiamento, Enedina está satisfeita com o bairro que viu crescer e se desenvolver. Ela relata que, inicialmente, as pessoas foram se instalando de forma gradual e, aos poucos, desenvolveram a sensação de pertencimento ao local. Tanto que, atualmente, o local é majoritariamente residido por pessoas idosas, cujas raízes estão na Vila Charlote. A população jovem fica por conta dos alunos que frequentam as duas unidades de ensino ali fixadas – a Escola Municipal João Sebastião Lisboa e a Escola Estadual Professora Maria Luiza Formozinho Ribeiro. “Quanto aos demais, a maioria é antiga. Alguns se foram e os que ficaram já são de idade, como é o meu caso”, brinca.

 

SERVIÇO

A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do pauta@imparcial.com.br, do telefone 2104-3732 ou do WhatsApp 99104-8537.

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