Todos os meses, o Ciesp/Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) analisa o nível de emprego da categoria. Ontem, os números relativos à regional de Presidente Prudente, referentes a outubro, mostraram que o mês atingiu o pico, mas, no que tange ao cenário negativo. Com o saldo de -700 postos de trabalho, o déficit foi o pior do ano, além de ser uma continuidade de setembro, quando a média também foi ruim: -300 vagas de emprego. Na linha do tempo anual, o melhor desempenho foi em abril, com o superávit de 700 admissões, totalmente o contrário da atual análise.
“É uma crise que não acaba nunca”. De bate e pronto, essa é a fala de quem atua no cenário: o diretor regional do Ciesp/Fiesp, Wadir Olivetti Júnior. Momento difícil esse, que, ainda de acordo com ele, “tem sido carrasco e triste”, porque está deixando, obviamente, pessoas desempregadas e um cenário regional crítico. “As pessoas precisam de trabalho, mas quem emprega precisa de condição para contratar. A demissão acaba sendo a solução, a fim de evitar que os compromissos não sejam honrados, como gerar atrasos em pagamentos”, completa.
Como empresário, Wadir analisa ainda que tem sido difícil manter o quadro. “Hoje, não admitir é melhor do que demitir, pois são coisas diferentes. Mas nem isso tem sido facilitado”, pontua. E, apesar da indústria estar sofrendo com os déficits há pelo menos dois anos, o enfrentamento “a esse desaquecimento na economia” é geral, para ele. “São muitos impostos, seguido de altas e acontecimentos que desnorteiam a categoria”, afirma.
E não há nem ânimo de vislumbrar uma luz no fim do túnel. A crise, segundo o diretor, não é atual, mas ele volta a reiterar que tem sido cada vez mais “carrasca”. “Por isso, não tem como falar de otimismo. Quanto tempo isso vai durar? Não sei te responder. O que nos sobra é a esperança de melhorias. E eu gostaria de falar sobre um mercado mais aquecido, mas não é o momento”, expõe.
Performances
O número negativo do mês de outubro é resultado da variação de -1,70%. No ano, temos um acumulado de 0,61%, representando um aumento de aproximadamente 250 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, o acumulado é de -3,87%, representando uma queda de aproximadamente 1.650 postos de trabalho.
Mas, ainda no que tange à última performance mensal, na regional de Prudente, os principais setores em baixa que fomentaram para que o cenário fosse esse foram: produtos alimentícios (-4,26%); coque, petróleo e biocombustíveis (-1,31%); artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (-1,07%); e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-0,89%).
