Nova forma de combate à dengue

Proposta formulada pelo entomologista Luiz Yamamoto propõe que práticas semelhantes às utilizadas para erradicar pragas em lavouras sejam replicadas na erradicação do Aedes aegypti

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 08/03/2020
Horário 06:48
Isadora Crivelli: Yamamoto: “Eu acredito que posso acabar com o mosquito da dengue”
Isadora Crivelli: Yamamoto: “Eu acredito que posso acabar com o mosquito da dengue”

A ciência permite intercâmbios. Emprestam-se operações de sucesso uma área e aplica-se, também com sucesso, em outras. A partir desta noção é o que engenheiro agrônomo especializado em entomologia, o estudo de insetos, Luiz Yamamoto, 70 anos, propõe, baseado em seus mais de 40 anos de estudos, uma nova abordagem para o combate à dengue.

Segundo ele, ainda que sejam válidos os esforços de acabar com os criadouros do mosquito, é imprescindível matar os adultos, isto porque, mesmo com os maiores esforços, é impossível que não reste algum reservatório de água parada. O “odioso”, como Luiz chama o Aedes aegypti, baseado na origem do primeiro nome (Aedes), pode ser erradicado com ações muito semelhante àquelas com as quais se combate as pragas de lavouras.

Sobre o assunto, Yamamoto lançou há poucos anos o livro “Controle do Aedes aegypti: Vamos erradicar!”, obra que ele afirma não vender, mas usa como forma de compartilhar seus estudos e conhecimentos. Luiz é crítico das nebulizações realizadas pelo poder público, ele afirma que na verdade são “atomizações”, que liberam partículas de água tão pequenas, que ao invés de atingir o objetivo de matar o mosquito, se dispersam no ar.

A solução para a erradicação do “odioso”, o agrônomo explica, é a aplicação de um inseticida correto com um aparelho para esta finalidade, com orientação de um técnico, como um engenheiro agrônomo ou ambiental, ou até um técnico agrícola, que nestes casos possuem qualificação mais adequada que agentes de saúde. O produto, no caso, deve possuir o mesmo elemento ativo de inseticidas aplicados em lavouras, mas que sejam Domissanitários (palavra que designa substâncias para serem utilizados em ambientes domésticos).

O aparelho correto, enfatiza Yamamoto, é um simples pulverizador, também utilizado comumente em plantações. Ele afirma que o custo para um ano inteiro de segurança é baixo, cerca de R$60. O agrônomo destaca que as ações podem ser realizadas pelos próprios moradores da casa, no entanto pontua a importância de, antes de tudo, ter orientação. “Não adianta ficar passando veneno de forma indiscriminada”, aponta.

“Entrei na guerra, pois, como especialista, acredito que tenho condições de acabar com o ‘odioso’, tenho procurado secretarias de saúde de diversas cidades, estou dando palestras orientando as pessoas. Não quero vender nada, apenas o meu conhecimento”, destaca Yamamoto.

SOBRE LUIZ YAMAMOTO
Como diz, Luiz nasceu “na roça” e mudou-se, mais tarde para a cidade, onde os pais montaram uma empresa de inseticidas e máquinas agrícolas. “Meu pai me ensinou o ideal para combater as pragas de lavouras”. Com 18 anos, ele foi estudar Engenharia Agronômica na Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) da USP (Universidade de São Paulo), em Piracicaba. Depois se aperfeiçoou especialmente em entomologia, cursando mestrado e doutorado. Foi, por quase 30 anos, professor da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Está há 40 anos no ramo. Atualmente atua como perito judicial e escritor.

 

CONTATOS
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agronomoyamamoto@gmail.com
Celular: (18) 98104.3399 e (18) 99771.5639
Site: www.agronomiayamamoto.com.br


 

 

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