Pessoas com deficiência devem ter autonomia assegurada

EDITORIAL -

Data 30/11/2018
Horário 04:00

Semanalmente, às quartas-feiras, este periódico destina uma página para abordar temas de interesse da juventude e conversar diretamente com ela. Com o objetivo de ser também um espaço inclusivo, o Mundo Jovem retratou esta semana as dificuldades enfrentadas por adolescentes com deficiência em três vertentes sociais: a acessibilidade, a educação e o mercado de trabalho, nas quais esses jovens encontram obstáculos diariamente. E quando utilizamos o termo “obstáculo”, não a empregamos apenas no sentido figurado, mas literal, considerando que nem sempre os ambientes públicos e privados estão adaptados para acolher essa demanda ou, então, as políticas existem, mas não são respeitadas pela comunidade em geral, conforme aponta a coordenadora do Núcleo Tterê, Patrícia Navarro Fernandes Coelho, na reportagem. Segundo ela, é comum encontrar vagas de estacionamento reservadas a pessoas com deficiência ocupadas pelo público em geral.

Nas escolas, não raro esses jovens nem sequer dispõem de materiais e equipamentos que lhes permitam estudar de forma mais fácil e acessível, enquanto no mercado de trabalho, muitas vezes são preteridos pelas empresas, que veem mais funcionalidade em candidatos que não apresentam qualquer deficiência. Se a legislação assombra os empregadores, o máximo a ser feito é cumprir a cota de contratação prevista em lei federal, que mais sugere uma admissão por obrigatoriedade do que uma tentativa de realmente dar espaço para que as pessoas com deficiência se desenvolvam e adquiram sua própria autonomia.

Assim como cidadãos sem deficiência lutam diariamente pela garantia dos seus direitos, jovens com deficiência também querem vê-los concretizados, contudo, nem sempre têm voz e visibilidade para isso, dependendo da representação de entidades e grupos que batalhem por eles. É preciso que todos voltem o olhar para essa população e respeitem seu direito de ir e vir, oportunizando que haja uma rampa onde só existia uma escada ou um piso tátil em uma universidade de ensino. Ao abraçá-las, estamos permitindo que não só a comunidade avance em igualdade, como também as pessoas com deficiência se sintam menos dependentes e mais conscientes do seu valor como seres humanos.

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