População deve voltar atenção para combate ao Aedes aegypti

EDITORIAL -

Data 08/06/2018
Horário 08:35

Trazemos com destaque na edição de hoje a assustadora informação de que quase 90% das cidades da região de Presidente Prudente estão em nível de alerta ou de risco de surto para a dengue, conforme o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti), divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Das 53 cidades da 10ª RA (Região Administrativa do Estado), 47 tiveram indicadores acima daquilo que seria considerado como “satisfatório” nas vistorias realizadas entre janeiro e março deste ano.

Apesar de hoje vivermos um cenário diferente, com um tempo mais frio e seco, menos propício à proliferação do mosquito, a população não deve desviar sua atenção do combate ao vetor da dengue. De modo geral, a população só se mobiliza verdadeiramente nessa luta quando vivemos uma epidemia ou um surto de casos, quando as mortes começam a ocorrer por conta da infecção viral, mas não costumam tomar medidas de prevenção antecipadamente, quando surgem as larvas.

A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Prudente, por exemplo, demonstrou grande preocupação com o descompromisso dos munícipes em eliminar os criadouros. Segundo o órgão, quase todas as larvas encontradas no último levantamento de infestação predial deram positivo no teste para analisar se estavam infectadas pela dengue. E isso, em se tratando de uma época do ano em que não há tanta circulação da doença, cenário que muda completamente com a chegada do verão, em dezembro.

Diante disso é importante reforçar que o Brasil ainda enfrenta problemas com dengue e que não possui um sistema público de saúde capaz ainda de absorver um crescimento atípico da demanda diante de uma eventual epidemia da doença. O país, infelizmente, não conseguiu erradicar o vetor e ainda luta contra o surgimento de casos, todos os anos, vivendo à sombra de um eventual surto de dengue – e agora, também do zika vírus e da chikungunya.

Não é tolerável que as pessoas simplesmente deem por vencida uma batalha que segue travada dia após dia por agentes de saúde e de controle de vetores. Quando a competência para lidar com um problema é do governo, os veículos de imprensa são os primeiros a responsabilizá-lo, cobrando a adoção de públicas. No entanto, nesse caso, a briga não é exclusivamente do poder público. Quem está “baixando a guarda” e “desfalcando” a linha de frente é justamente o cidadão.

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