Presente de amor

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 24/12/2019
Horário 04:45

Então é Natal. A mensagem que posso oferecer de mais sublime a você, leitora e leitor, é o poema de William Shakespeare. Não conseguiria, com minhas próprias palavras, expressar o “continuum da vida”, com a sutileza, doçura, poesia e a sensibilidade deste poema. Levo-o a você, no dia do ano mais propício de o “Religare”. Peço vênia por omitir alguns versos, por respeitar o espaço estabelecido.

Eu aprendi

Eu aprendi que não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto. Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Eu aprendi que é preciso escolher entre controlar meus pensamentos e sentimentos ou ser escravo e controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Eu aprendi que perdoar exige muita prática, condenar é mais fácil. Que por mais eu queira proteger meus filhos, eles vão se machucar, isso faz parte da vida.

Eu aprendi que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio. Que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir pessoas, e saber lutar pelas coisas que acredito.

Eu aprendi que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir pessoas, e saber lutar pelas coisas que acredito

Eu aprendi que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da minha vida. Que por mais que você corte o pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos do nosso caminho.

Eu aprendi que minha melhor amiga vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro. Que não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso. Eu aprendi.

A você, leitor, belíssimo Natal, construído do paradoxo: a vinda de um Pai que nasceu sem lar, mas entra nos lares de todo mundo - numa conspiração de genuíno amor.  

 

 

 

 

 

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