Relação com os filhos ajuda a superar o câncer

Luiza Elizabeth e Luciana Puga compartilharam um pouco da sua experiência no tratamento para vencer a doença e para ambas, o apoio crucial da família durante o período

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 12/05/2019
Horário 08:40

A relação de afeto entre mães e filhos é algo que ajudou muitas mulheres a superar o câncer. Nesta data especial, que comemora o dia delas, traremos histórias de duas delas.

A professora Luciana Puga Magoti, 47 anos, teve câncer de mama em 2017 e foi diagnosticada no dia do seu aniversário. “A médica disse em um único dia que eu teria que fazer a cirurgia, a quimioterapia e que perderia meus cabelos. Tudo de uma única vez. Foi um choque, pois como mulher, além da mama, que é um ponto de feminilidade, ainda perder os cabelos foi muito difícil. Mas, eu consegui passar e superar tudo isso com apoio da minha fé, dos meus amigos e principalmente da minha família, com as brincadeiras que tínhamos”. Luciana lembra com carinho dos momentos em que ela, a filha e o marido brincavam com as situações que aconteciam no tratamento, “Sabe aquelas situações que a gente deveria chorar? Eles me faziam rir para tudo ficar mais leve”.

A professora aposentada Luiza Elizabeth Cintra Soares, 55 anos, foi diagnosticada com câncer de mama em 2008, na ocasião, relatou que trabalhava e não fazia os exames com frequência, mas que estava começando um processo de controle de alguns cistos líquidos e foi quando descobriu o nódulo. “Meu tratamento foi rápido, porque como eu não precisei fazer uso do inibidor de hormônios, nem radioterapia, mas a retirada do tumor e a mama, e algumas sessões de quimioterapia”, explica.

Luciana Puga

A mãe relata que durante o tratamento, sua filha, estudante de Medicina, passou por situações difíceis, mas sempre mostrou muita força e que nunca a viu chorar. “Eu não tive trabalho com ela durante este processo na minha vida, ela se virou com tudo que tinha, e pelo contrário, me deu apoio”, diz a mãe.

No dia em que precisou raspar os cabelos, a filha Isabela a acompanhou e foi forte em todos os momentos. “Não é fácil você acompanhar uma pessoa raspar o cabelo e ela esteve lá, junto comigo, do meu lado e sem chorar. Foi muito difícil para todos nós, mas ela, mesmo com o sofrimento não deixou passar nada e esteve firme e forte me ajudando”. Após o processo, Luciana teve uma grande surpresa, o marido também raspou os cabelos.

Para filha Isabela Puga Magoti, 21 anos, foi bem difícil as situações, porque a pessoa não sabe como se portar ou mesmo o que fazer diante do problema. “Eu estava sempre preocupada em não deixar ela sozinha, porque ela quase não conseguia andar depois das quimioterapias”, destaca.

A fé foi um ponto crucial, além do apoio do namorado, diz Isabela. “Eu rezava todas as noites e estava com o coração tranquilo de que tudo iria dar certo, mas em alguns momentos de revolta, meu namorado me apoiava e me fazia acreditar que no final tudo daria certo e deu tudo certo”, diz a estudante reforçando que a união de todos se tornou a sua maior força.

Quanto à cura da mãe, Isabela vê como uma vitória porque seu maior medo era ficar sem ela. “Eu pensei várias vezes como seria isso, eu ficar sem ela, e depois que tudo passou só agrademos e estendemos que era necessário passar por tudo aquilo para um motivo maior. Não foi só uma doença, foi uma mudança de vida.” Quanto à importância da mãe diz: “Ela é a minha referência de vida, de força e de luta”.

Luiza Elizabeth

Luiza relata que, na época, seus filhos André e Ana Carolina, se tornaram o seu maior incentivo para superar o câncer e que no período de tratamento, a filha fazia faculdade e se encontrava em estágio no hospital veterinário da instituição e os professores sempre a liberavam para acompanhar a mãe nas quimioterapias. “A Ana estava sempre por perto, eu posso dizer que ela foi uma das razões de eu não desistir de lutar e vencer a doença. Ela cuidava de mim como se fosse uma boneca e falava assim – ‘hoje você é minha Barbie, mãe’ – colocava lenços na minha cabeça e sempre me dava força”, diz a mãe.

Quanto ao filho, a mãe lembra com carinho que quando o cabelo começou a cair, acordou em uma manhã e pediu para ele ir à casa de uma amiga, buscar uma máquina para cortar o seu cabelo. “Eu decidi que quem iria raspar meu cabelo seria o meu filho. Não sentei em frente ao espelho, nem nada que se remete à novela em que a moça tirava o cabelo chorando. Eu sentei no quintal e ele passou a máquina e eu perguntei – e ai meu filho, com ficou? E ele me respondeu – mãe, até que não ficou ruim, ficou muito bom”, diz a mãe, ao compreender que “meninos” tem uma forma diferente de expressar sentimentos e que o filho sempre foi muito reservado e tímido. Atualmente a família de Luiza está maior e seus filhos com família constituída.

 

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