Saldo existente em poupança cresce 9,93% na região

Montante passou de R$ 3,4 bilhões em julho do ano passado para R$ 3,7 bilhões no mesmo período de 2018; medida garante segurança financeira para classes média e baixa, diz economista

REGIÃO - ANDRÉ ESTEVES

Data 18/10/2018
Horário 04:02

Em 39 cidades da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, a caderneta da poupança encerrou os sete primeiros meses do ano com alta de 9,93% em relação ao mesmo período do ano passado. Em julho de 2017, o saldo existente era de R$ 3.441.446.099, ao passo que, neste ano, avançou para R$ 3.783.084.582, revelam dados disponibilizados pelo BCB (Banco Central do Brasil), por meio da ferramenta Estban (Estatística Bancária por Município), que disponibiliza o balanço mensal com um atraso de 60 dias, sendo estes os números mais recentes divulgados. Outros 14 municípios não tiveram seus resultados apresentados.

No intervalo de tempo analisado, as maiores evoluções ficaram por conta de Taciba, onde os investimentos passaram de R$ 8.439.018 para R$ 11.474.009, o que corresponde a um aumento de 35,96%; e Monte Castelo, que registrou crescimento de 18,78%, saltando de R$ 9.610.146 para R$ 11.415.339. Já os municípios com menor impacto são Indiana, cuja evolução foi de 3,2%, saindo de R$ 10.982.170 para R$ 11.333.937; e Caiabu, que subiu de R$ 2.246.854 para R$ 2.268.671, o equivalente a 0,97%.

A capitalização se tornou um recurso crescente após a intensificação da crise econômica, que levou muitos brasileiros a cortarem gastos e depositarem seu dinheiro na poupança como um meio de assegurar o futuro, que, à época, se mostrava incerto. Embora o Brasil vivencie uma retomada progressiva da economia, o cenário permanece instável e a tendência é que as pessoas continuem reservando seu dinheiro para momentos de necessidade. Pelo menos é o que defende o economista Éder Canziani. “A recessão fez com que a população ficasse mais preocupada com o dia de amanhã, porque ninguém sabe o que lhe espera. Com isso, os consumidores seguem gastando o mínimo possível”, expõe.

O especialista aponta que as principais classes que se valem da capitalização são a média e a baixa, uma vez que grande parte dos cidadãos que as compõem vive do salário proveniente de seus trabalhos. Como a estabilidade no emprego é ameaçada em uma situação de crise, essas pessoas veem a necessidade de salvar parte de sua renda para que não fiquem sem recursos nas circunstâncias de adversidade. “Mesmo que a poupança não gere rendimentos bons, traz segurança financeira para os clientes”, pondera. Éder, no entanto, recomenda que as pessoas sejam comedidas de ambos os lados. Segundo ele, ter uma poupança é uma ideia inteligente, mas seus titulares não podem deixar de viver o presente – da mesma forma que ninguém pode extrapolar sua renda e ficar sem uma reserva para depois.

Reflexo no mercado

O economista argumenta, contudo, que a capitalização afeta a economia, uma vez que, ao depositá-lo no banco, o dinheiro não entra no mercado. “Digamos que o alto número de desempregados que temos no país foi fruto da queda de demanda durante a crise. Se a cadeia produtiva não fosse afetada, as pessoas ainda estariam trabalhando e pagando seus impostos normalmente”, avalia. Ele explica que esse deslocamento do dinheiro resulta na destruição dos meios de pagamento. “No momento em que circula, a moeda cria os meios de pagamento. Já quando desvia o seu caminho e vai para a poupança, destrói os mesmos”, explana.

O especialista denota que, apesar de já demonstrar reação, a economia ainda não aponta um sinal verde, exigindo que as pessoas se mantenham cautelosas e consumam apenas o necessário. Todavia, a expectativa é que a estabilidade ocorra depressa para que o mercado volte a aquecer. “Enquanto os cidadãos continuarem investindo na poupança, o dinheiro não vai entrar no mercado por tempo indeterminado. Ao mesmo tempo em que não devemos extrapolar nossa renda, não podemos desviá-la totalmente para a poupança, porque isso quebra a economia”, pontua.

Evolução do saldo existente na poupança em julho de cada ano

Municípios

Saldo existente (R$)

Evolução

2017

2018

Adamantina

238.356.850

265.688.292

11,47%

Alfredo Marcondes

19.891.653

22.032.040

10,76%

Álvares Machado

89.684.976

94.222.070

5,06%

Caiabu

2.246.854

2.268.671

0,97%

Caiuá

3.514.469

3.802.493

8,20%

Dracena

271.168.751

299.576.384

10,48%

Euclides da Cunha Paulista

6.167.296

7.030.882

14,00%

Flórida Paulista

37.681.852

41.965.879

11,37%

Iepê

21.429.595

23.965.089

11,83%

Indiana

10.982.170

11.333.937

3,20%

Irapuru

23.649.600

24.686.231

4,38%

Junqueirópolis

82.750.385

92.907.703

12,27%

Lucélia

91.002.988

95.295.658

4,72%

Marabá Paulista

3.767.720

4.431.466

17,62%

Martinópolis

79.726.840

87.252.370

9,44%

Mirante do Paranapanema

30.972.652

32.402.531

4,62%

Monte Castelo

9.610.146

11.415.339

18,78%

Narandiba

4.979.661

5.644.721

13,36%

Osvaldo Cruz

165.631.801

183.442.072

10,75%

Ouro Verde

9.693.624

10.446.979

7,77%

Pacaembu

52.505.568

57.509.812

9,53%

Panorama

41.146.268

44.321.308

7,72%

Pauliceia

5.717.483

6.343.092

10,94%

Piquerobi

6.571.817

6.845.476

4,16%

Pirapozinho

119.227.487

127.529.038

6,96%

Presidente Bernardes

77.835.322

83.681.311

7,51%

Presidente Epitácio

119.565.655

131.862.669

10,28%

Presidente Prudente

1.104.286.755

1.222.490.625

10,70%

Presidente Venceslau

180.878.911

199.920.013

10,53%

Rancharia

114.958.382

124.545.260

8,34%

Regente Feijó

80.191.216

89.985.623

12,21%

Rosana

38.480.826

42.102.847

9,41%

Salmourão

10.735.456

12.454.989

16,02%

Santo Anastácio

119.461.022

129.280.866

8,22%

Santo Expedito

3.469.595

3.769.761

8,65%

Taciba

8.439.018

11.474.009

35,96%

Tarabai

8.624.568

10.111.399

17,24%

Teodoro Sampaio

54.446.460

58.011.452

6,55%

Tupi Paulista

91.994.407

101.034.225

9,83%

Total

3.441.446.099

3.783.084.582

9,93%

Fonte: Estban/BCB

Publicidade

Veja também