Setor de lava-jato aponta reflexos negativos

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 13/01/2018
Horário 12:18

Se o abastecimento em postos de combustíveis é inevitável, pelo menos a procura pela limpeza de veículos se tornou menos frequente entre os consumidores de Presidente Prudente. É o que afirmam os donos de três lava-jato que operam na cidade e que tiveram sua demanda reduzida desde que a crise econômica financeira começou a surtir efeitos no bolso dos clientes.

No Salão do Automóvel, a proprietária Aparecida Elidia dos Santos expõe que, em anos mais favoráveis, o estabelecimento chegava a receber de oito a 10 carros por dia, enquanto hoje o número normalmente não ultrapassa quatro. Ela menciona que o recente período de chuvas também contribuiu para a baixa movimentação no empreendimento.

Com o objetivo de manter a qualidade do serviço, Aparecida aponta que a redução dos preços a fim de ampliar a procura foi inviável. “Não basta apenas jogar uma água no carro. É preciso usar bons produtos e fazer uma limpeza correta, então tivemos que manter os valores”, argumenta. No entanto, não descarta a possibilidade de fazer um desconto para poder agradar e preservar a clientela.

No Lava Car Regina, os valores também permanecem os mesmos, mas já deveriam ter aumentado para acompanhar o reajuste no custo dos produtos utilizados, destaca o proprietário Cristiano Ribeiro. Segundo ele, além da defasagem dos preços, torna-se necessário ainda oferecer promoções para atrair os consumidores, já que os motoristas estão buscando o lava-jato em caso de extrema necessidade. “Muitos chegam aqui quando o automóvel já está bem encardido”, comenta.

O proprietário de outro estabelecimento, Jonoel Elder Mamprim, acredita que a situação piorou de 2016 para 2017. Anteriormente, seus clientes costumavam contratar seu serviço pelo menos duas vezes ao mês. Agora, procuram o local a cada um mês e meio, em média. A frequência menor é verificada também na caderneta. “Muitas vezes, eu só conseguia agendar a limpeza de um carro para depois de quatro ou cinco dias. Hoje já consigo programar para dentro de um dia”, calcula. A expectativa é que, embora lenta, a recuperação da economia volte a aquecer o setor. “Na verdade, eu estava esperando uma melhora já em 2017”, considera o comerciante, que agora torce por melhores resultados em 2018.

 

Consumidores

A fisioterapeuta Alessandra Mantovani, 28 anos, tem dois carros na garagem, mas prioriza a limpeza de um ou outro quando decide recorrer a um lava-jato. Ainda assim, a contratação do serviço leva tempo: varia de três a quatro meses. Neste intervalo de tempo, ela e o marido preferem limpar os veículos em casa a fim de poupar dinheiro. “Contudo, uma lavagem mais completa de vez em quando acaba compensando”, avalia.

O professor Emerson Francisco dos Santos, 33 anos, por outro lado, gosta de levar seu veículo a um estabelecimento duas vezes ao mês para evitar gastos com os produtos, como cera e silicone. “Em Prudente, uma limpeza simples varia entre R$ 30 e R$ 35, o que eu considero um preço razoável. E sempre há a possibilidade de barganhar para conseguir um valor mais em conta”, pondera.

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