São diversos os fatores que fazem com que a população viva cada vez mais. O avanço da medicina e a maior conscientização sobre os cuidados com a saúde são alguns deles. Hoje, os avós nada se parecem com os de antigamente, quando os cabelos brancos e as atividades calmas, como o crochê, predominavam. Os avós atuais, muitas vezes, são os chefes de família, cuidam dos netos, da casa e ainda trabalham fora. No entanto, infelizmente, nem sempre eles recebem o reconhecimento que merecem.
Muitos idosos, já aposentados, têm o desejo de retornar ao mercado de trabalho. E não somente para manter o padrão de vida de outrora – visto que os valores pagos pela aposentadoria não suprem as necessidades, como gastos com remédios e plano de saúde, por exemplo. Eles querem se sentir úteis em uma sociedade que os enxerga como “estorvos”. De uma forma geral, esta é a realidade do Brasil. Um país que não sabe valorizar quem já passou dos 60 anos. Um país cuja cultura idolatra a jovialidade e abomina o envelhecer. Saber respeitar os mais velhos deveria ser inerente ao ser humano, mas, no Brasil, isto está longe de acontecer.
E este desrespeito, não raro, ocorre dentro de casa, entre os próprios familiares. Idosos que não têm voz, que não são incluídos nas decisões da família, que são vistos como um “peso” desnecessário. Isso é terrível, mas, mais comum do que possa parecer. E tudo isso é fruto também de uma questão cultural. O respeito ao idoso deve ser aprendido e internalizado desde a tenra idade. É na infância que as pessoas absorvem com normalidade o que é certo e errado. Se uma criança vê os adultos desdenhando dos mais velhos, como ela entenderá que somente com a idade avançada é que ganhamos experiência e sabedoria?
Tratar os idosos com respeito e dignidade é, na verdade, o mínimo que se espera de uma sociedade justa e evoluída. Pois, no fundo, como qualquer pessoa, eles querem mais do que isso. Eles precisam receber amor, carinho e cuidados de forma honesta e repleta de gratidão, por tudo o que fizeram e ainda fazem pela família e pela comunidade como um todo.
