Quando falamos sobre solidariedade, rapidamente a associamos ao compromisso de cooperação que as pessoas firmam, implicitamente, umas com as outras, em prol do bem comum. Diante do sofrimento, da dor e dos desastres, ela se torna mais evidente, pois nos faz ver o outro e propor ajuda.
A solidariedade é um valor tão relevante que, o sociólogo Morin, revelou que, no processo evolutivo de hominização, ela foi responsável pelo abandono de nossas características animais, tornando-nos humanos. Ele explica que, quando os nossos ancestrais deixaram de buscar o alimento para consumo individual e passaram a trazê-lo para repartir com o grupo, criaram a vida em comunidade, que foi importante para a preservação da espécie.
Assim, a solidariedade nos tornou humanos, possibilitou a vida social e nos preservou e, é por ela, que podemos manter essa condição. Ela contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária que impede o regresso à barbárie.
Na era dos computadores, em que as relações pessoais se apresentam fragilizadas, a individualidade exacerbada e o olhar para o outro difícil, se quisermos preservar a vida humana é preciso resgatarmos esse valor e os espaços educacionais são propícios para isto.
Apesar da complexidade do assunto, praticar solidariedade é simples e pode acontecer em vários momentos do cotidiano educacional. Quando proporcionam momentos de troca ou colaboração entre os estudantes, incentivam o compartilhamento de materiais entre eles e quando propõem atividades em que possam escolher seus papéis, incluindo a todos na medida de seus interesses e condições, os espaços educativos fortalecem a empatia e, consequentemente, a solidariedade.
Outro fator que impulsiona a solidariedade é o sentimento de pertencimento, que fortalece as relações. Portanto, para internalizar o valor, os espaços educacionais devem promover participação (que agrega) e não de competição (que elimina), trabalhar com: formação de equipes, distribuição de tarefas com equidade, comemoração de conquistas e lamentação de fracassos com todos e de forma respeitosa e pacífica e promoção do voluntariado, formando indivíduos conscientes e responsáveis, estreitando laços de confiança, protegendo a sociedade e tornando-os seres humanos melhores.