"A Grande Viagem"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 09/04/2024
Horário 07:09

A autora Ivani Ribeiro foi um fenômeno da teledramaturgia entre os anos 1960 e 1990. Em sua estadia pela extinta TV Excelsior chegou a emendar 13 novelas consecutivas no horário das 19h30, sem férias, entre 1964 e 1970: um fenômeno, tanto de audiência como de vitalidade criativa. Em 1965-66, uma de suas novelas mais famosas foi “A Grande Viagem” (não confundir com “A Viagem”, de temática espírita que a mesma autora escreveu para a TV Tupi em 1975 e depois fez o remake na Globo em 1994). Com um elenco estelar, contava a história dos passageiros de um transatlântico de luxo que tinha sua rota desviada por um pirata moderno, Pardini (Henrique César), que levava o navio e passageiros até uma ilha remota, a fim de roubar. Uma das primeiras novelas com várias histórias paralelas em meio ao mote central: um jovem médico (Daniel Filho) fica dividido entre o amor de uma bela e jovem herdeira (Regina Duarte) e, uma mulher apaixonada, presa a uma cadeira de rodas (Flora Geny). No elenco ainda a presença de Mauro Mendonça, Míriam Mehler, Márcia Real, Fúlvio Stefaninni, Riva Nimitz entre outros. 
    
“Envelhecer”

O músico e cantor Arnaldo Antunes, conhecido por suas participações no Grupo Titãs e nos Tribalistas escreveu há algum tempo uma bela canção reflexiva sobre o “Envelhecer”:
“Bom eu vou, eu vou tá completando 50 anos daqui há alguns dias. Então eu quero dedicar a música que a gente vai fazer agora pra mim mesmo e pra todos. E pra todos os que enfrentam e também afrontam o seu medo de envelhecer. A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer. A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer. Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer. Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer. Não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer. Eu quero é viver pra ver qual é, dizer venha pra o que vai acontecer. Eu quero que o tapete voe no meio da sala de estar. Eu quero que a panela de pressão pressione e que a pia comece a pingar. Eu quero que a sirene soe. E me faça levantar do sofá. Eu quero pôr Rita Pavone no ringtone do meu celular. Eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar. E quando esquecer meu próprio nome que me chamem de velho gagá... Pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé. Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer. Não sei porque essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender. Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. Não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer. Eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha para que o que vai acontecer...”
As palavras de Arnaldo nos remetem à ideia de viver o agora, sem lamentos e xororôs, aproveitando o tapete voador da vida, e continuando a botar a panela de pressão pra ferver e deixar acontecer. Para os envelhecentes e envelhecidos. Sem ranço.

Dica da Semana

Cinema 

“Dona Lurdes, o Filme”:
Estreou nas redes de cinema, “Dona Lurdes, o Filme”, uma espécie de continuação da história da personagem da novela “Amor de Mãe”, exibida pela Globo em duas temporadas, durante a pandemia da Covid-19. Na história, Lurdes (Regina Casé) tem que lidar com o ninho vazio após a partida dos filhos e lidar com o tempo disponível para aproveitar mais a vida com a ajuda da amiga, vivida por Arlete Salles. Também escrito por Manuela Dias e dirigido por José Luiz Villamarin. 

 

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