Sim, a rede social que você tanto põe fé para mudar a vida, alavancar seu negócio e mudar o mundo muito mais só te preenche de sonhos do que de realidade.
E olha que quem afirma isso aqui é alguém que vive das redes sociais e das mídias digitais em geral. Estudo, penso, dou aula e produzo conteúdo para estes ambientes há muitos anos e não, não estou dizendo que não são boas, mas precisamos falar da falsa esperança que muitas vezes elas nos trazem.
Queria salientar esta questão apenas no viés empresarial, mas mesmo em nossa vidinha particular já sofremos com as redes. Quantas vezes nos decepcionamos com fotografias ou vídeos postados? Nossos ou dos outros?
Uma aluna certa vez me disse que quando postava uma foto logo ficava esperando a repercussão. Se em meia hora não tivesse “lacrado”, apagava a imagem. “Pra não pegar mal, né, professor?”.
Então... Pegar mal para quem? Quem está te cobrando tanto? O que pode acontecer de tão ruim se uma foto ou um vídeo não tiverem alto engajamento?
Bem, aí que está o problema: é a expectativa em ter relevância social que nos trava e assusta. Afinal, uma das condições de existência hoje passa pela visibilidade midiática. Ou em outras palavras contidas nos estudos culturais online é que “se não está em rede, não existe”.
Mas não basta somente existir, é preciso “parecer” bom também e é mais ainda opinar sobre tudo. Por isso que as redes estão cheias de pessoas infelizes que se mostram muito mais legais do que são e está, mas repleta ainda de idiotas que só sabem vomitar preconceitos, ranços, recalques, ignorância política e por aí vai.
Pelo lado dos negócios, quem abre ou já possui um perfil empresarial nas redes sociais logo tem a esperança de que o negócio vai prosperar rapidamente e melhor: se não precisa pagar nada para criar um perfil, o lucro será ainda maior. Baita de uma bobagem!
Primeiro, tudo bem, não precisa mesmo pagar nada para ter um perfil, mas as redes sociais vão ganhar de outra maneira porque são empresas que precisam ter lucros e assim, se você não agir de maneira correta, conforme as normas, algoritmos e tendências, nada feito. Na linguagem das redes, o perfil vai “flopar”, não cresce.
“Agir de maneira correta” significa se comportar como um bom produto para as redes sociais porque afinal, empresários e todos nós usuários comuns não passamos de meros “produtos” para as redes, que ao oferecerem de graça o espaço digital, nos pegam de volta a moeda de maior valor no mundo empresarial: nossos dados, preferências e necessidades. E assim, somos “vendidos” para muitas outras empresas, que por sua vez nos oferecem seus produtos e serviços de volta e o ciclo se fecha.
Apocalipse agora em sua cabeça?
Calma, principalmente os empresários. Calma.
O que eu penso é que disso tudo que falei não adianta reclamar. Deixe que façamos isso nas universidades, nas mesas redondas por aí.
Aprendam a jogar o jogo. Não se iludam com as redes sociais e as encarem como espaços econômicos que são. Potencialmente econômicos! Eu não canso de dizer que dá para fazer grandes e recorrentes negócios em rede.
Mas para isso é preciso sim investir na formação de uma estrutura que garanta uma produção de conteúdo séria e profissional e que principalmente forme comunidades altamente engajadas em volta de seus perfis.
E neste ponto, desculpe a sinceridade, não dá para ser amador na produção de conteúdo, arrogante achando que domina uma área que não é sua e nem emocionado a ponto de acreditar nas promessas que fazem por aí.
Procure se informar e verá enfim que no mercado há profissionais que vão cuidar de suas redes sociais com propriedade e sem enrolação de pacotinho de postagem, arte de graça e impulsionamentos sem contexto. Bora começar 2023 com tudo!