Cemitério Campal de Prudente passa a se chamar Tuffi Athia em homenagem a pioneiro

Empreendedor tornou-se responsável por implantar primeiro serviço funerário na cidade; lei foi sancionada nesta segunda-feira, durante ato com presença de netos e bisneta

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 20/10/2025
Horário 17:20
Foto: Mariana Padovan/Secom
Lei foi sancionada nesta segunda e ato contou com presença dos descendentes do pioneiro
Lei foi sancionada nesta segunda e ato contou com presença dos descendentes do pioneiro

Responsável por implantar o primeiro serviço funerário de Presidente Prudente, o pioneiro Tuffi Athia terá o seu nome no Cemitério Municipal Campal. A homenagem ocorre por meio da lei nº 154/2025, que foi sancionada pelo prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (Republicanos), nesta segunda-feira. O ato contou com a presença de netos e da bisneta do fundador do Grupo Athia, empresa mais antiga em funcionamento na cidade, que completa 100 anos em 2026.

A partir de agora, a necrópole passa a denominar-se Cemitério Campal Tuffi Athia. "A iniciativa visa prestar justa homenagem ao sr. Tuffi Athia, cidadão de destacada relevância para o desenvolvimento do nosso município", cita o documento. "Diante de sua trajetória exemplar e da importância histórica de suas iniciativas, é justo que o município perpetue sua memória, denominando o Cemitério Campal com o seu nome", acrescenta.

Durante o ato na Prefeitura, estiveram presentes os netos do pioneiro, Christiane Athia, Oswaldo Athia e Denilton Athia - que fazem parte do conselho de administração -, e a bisneta Dominique Athia, além do diretor-executivo do Grupo Athia, Gilmar Palenske.

"É uma alegria muito grande para a nossa família ter o nome do nosso avô imortalizado nesta homenagem. Quero agradecer muito a todos por este gesto. O meu avô foi um grande empreendedor. Quem o conheceu sabe o tanto que ele teve de participação em toda a comunidade e no desenvolvimento da cidade. Nós estamos muito orgulhosos e emocionados", disse Christiane Athia. 

O prefeito Tupã destacou a representatividade da família Athia no crescimento da capital do oeste paulista. "É um momento muito importante. Tuffi e a família sempre acreditaram em Prudente. Merece muito o nosso respeito e gratidão. As pessoas não podem esquecer daqueles que desbravaram Presidente Prudente. O que representa a família Athia para nós? Representa muito! Esse ato que fizemos aqui, com a aprovação dos vereadores, é um reconhecimento. Talvez tivéssemos que fazer muito mais", frisou.

"Passa o tempo e a família Athia continua enraizada em Prudente, acreditando em nossa cidade e sendo parceira da Prefeitura em projetos sociais. Nunca se negou a ajudar essa cidade. Em nome de todos, recebam o respeito da população prudentina", pontuou. 

Da Síria para Prudente

Nascido em Ladíquia, na Síria, no dia 12 de outubro de 1893, Tuffi Athia deixou sua terra natal com o sonho de empreender e prosperar. Vindo em um trem de lastro, utilizado para transporte dos operários do assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, com a licença do engenheiro João Carlos Fairbanks, Tuffi desceu na estação de Presidente Prudente - na verdade, uma improvisação, pois a construção não tinha sido terminada - no dia 4 de fevereiro de 1919, quando o município tinha somente dois anos de fundação e ainda se chamava Patrimônio do Veado, batizado por Francisco de Paula Goulart.

Tuffi e Goulart celebraram uma amizade imediata e forte. Aliando isto à competência de Tuffi, Goulart o nomeou como primeiro delegado de polícia local. Também foi nomeado como primeiro agente dos Correios.

Primeiro delegado de polícia, primeiro agente do correio, primeiro sapateiro, seria também o primeiro a esboçar o plano de construir um campo de futebol em terreno que hoje é ocupado pela Praça Monsenhor Sarrion. Nesse novo trajeto, Tuffi se tornaria o primeiro de mais uma ação: a de formador do primeiro time de futebol de Presidente Prudente: o Brasil Futebol Clube. 

Com dons de marcenaria e de costura, começou a confeccionar caixões sob medida em uma época de alta taxa de mortalidade infantil e epidemias que assolavam a recém-criada comunidade prudentina. 

Em janeiro de 1926, procurou pelo prefeito Pedro Gomes, interessado na abertura de uma empresa funerária, favorecendo a compra de urnas mortuárias pelas famílias de desaparecidos, que precisavam viajar a São Paulo para comprar um produto superior ao então disponível na cidade. Os argumentos convenceram Gomes e uma licença foi cedida a ele, autorizando a instalação da funerária no mês seguinte e, assim, sendo o pioneiro no segmento do luto na região.

Nos anos seguintes, a Empresa Funerária Athia estabilizou-se e foram abertas filiais na Vila Marcondes, Vila Industrial e Jardim Paulista. Na década de 1960, Tuffi Athia construiu uma das primeiras casas de velório do país. O espírito empreendedor de Tuffi Athia resultou em uma grande expansão de serviços: clínica, cemitério parque - hoje municipalizado -, CCA (centro de convivência), serviço social, floricultura, crematório, entre outros.

Tuffi Athia morreu em 21 de outubro de 1984, aos 91 anos. 

O cemitério

Localizado na Avenida José Campos do Amaral, no Residencial Anita Tiezzi, o Cemitério Campal Tuffi Athia possui 48.400 metros quadrados e prazo de vida útil de até 40 anos, com capacidade para mais 50 mil sepultamentos. 

Inaugurado em 2001, foi o primeiro cemitério parque implantado na região. A necrópole foi municipalizada em 2013.

Foto: Arquivo - Cemitério foi municipalizado em 2013

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