"Anos Dourados"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 23/01/2024
Horário 08:09

“Anos Dourados” foi uma minissérie de grande sucesso exibida pela Rede Globo às 22h no ano de 1986, de autoria do grande Gilberto Braga. Retratava a juventude dos chamados anos dourados, a segunda metade da década de 1950 e os conflitos próprios da idade. A história acompanhava o amor proibido do casal, Marcos (Felipe Camargo), da escola militar e da normalista Lurdinha (Malu Mader). Ele era filho de mãe desquitada, Glória (Betty Faria), que se envolve com um homem casado, o também militar Dornelles (José de Abreu). Ela era filha de pais conservadores e autoritários (Cláudio Corrêa e Castro e Yara Amaral), e tinha que lutar contra as regras impostas de uma sociedade conservadora. Trilha sonora perfeita que tinha nomes como Nat King Cole, Maysa, Dolores Duran e The Platters. O elenco contava ainda com nomes como Nívea Maria, Milton Moraes, Isabela Garcia, Taumaturgo Ferreira e José Lewgoy.   

“Namoro de antigamente” 

A juventude de hoje não tem noção do que era namorar em tempos antigos, onde tudo era proibido, malicioso e vigiado. Hoje, as pessoas se conhecem e transam na mesma noite, sem abalar a honra de ninguém. Há algumas décadas era muito diferente: os namoros tinham que ser oficializados com pedidos formais perante o pai da garota, sempre querendo saber as reais intenções do jovem mancebo perante sua filha moçoila. Os namoros, muitas vezes, aconteciam na sala de visitas na presença dos pais. Não rolava nenhum contatozinho. Era um aperto de mão, um beijo no rosto, depois da coisa ficar séria. Quando o casal ficava mais à vontade, namorava na varanda da casa (geralmente com o pai vigiando pela fresta ou algum buraco providencial na parede). Algum passeio semanal (geralmente uma sessão de cinema, um sorvete ou uma simples volta na praça) era diante de algum acompanhante: geralmente um irmão ou irmã mais novos (que se vendiam por um punhado de balas, e faziam vista grossa às investidas do casal). Tinha hora certa para voltar para casa: vinte e duas horas no máximo e, ai se atrasasse. Já estava o pai ou a mãe de cinta na mão. Nos bailinhos dos clubes ou de fundo de quintal (com direito ao baile da vassoura, onde quem sobrava dançava com a vassoura e passava para outro rapaz para trocar de par), todos eram mais comportados, mas sempre havia uma mão boba ou um abraço mais caliente e apertado. Só não podia fazer par constante (não revezar e ficar dançando com o mesmo), porque senão já configurava namoro, e para isso precisava concretizar o pedido. Antes das mensagens de WhatsApp, havia as mensagens de Correio Elegante (nas quermesses e festas) para paquerar à distância. Beijos roubados tinham muito sabor. 

Dica da Semana

Livros 

“Gilberto Braga – O Balzac da Globo”:
Autores: Arthur Xexéo e Maurício Stycer. Editora Vida e obra do autor que revolucionou as novelas da Globo. Grande livro sobre os bastidores da TV com a biografia de Gilberto Braga (autor de sucessos como “Escrava Isaura”, “Dancin Days” e “Vale Tudo”), desde sua infância na Tijuca, a juventude na Zona Sul, seus primeiros passos como professor de francês e crítico literário e detalhes de todas as suas obras na TV. Para noveleiros. 

 

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