As consequências do efeito “coronavírus”

OPINIÃO - João Marcos Andrade

Data 02/02/2020
Horário 04:18

Os efeitos do coronavírus já são sentidos em boa parte do mundo. Além das vidas perdidas, o problema se estende também aos aspectos econômicos. As tratativas internacionais de comércio já estão sendo severamente atingidas em um curto espaço de tempo, por conta dos efeitos da globalização no comércio internacional. Um exemplo é o dos transportes internacionais, uma vez que os critérios de inspeção por órgãos sanitários dos países se acentuam e provocam revisões em procedimentos que há pouco eram tratados como rotina operacional e que agora precisam de novas práticas.

Qualquer negociação com regiões da China - especialmente na região de Wuhan, onde o surto da epidemia se destacou - já passam por processos de revisão, várias delas inclusive, canceladas, promovendo prejuízos e perdas significantes.

No setor dos transportes internacionais de cargas, tanto as companhias aéreas quanto os armadores marítimos já apresentam tarifas mais elevadas para cargas originárias da Ásia, especialmente da China. Além disso, por conta do coronavírus, o feriado do ano novo chinês que acabaria no dia 30 de janeiro foi prorrogado para o dia 3 de fevereiro, aumentando a inflação no momento de reservas de espaços em navios ou aeronaves em decorrência do acúmulo de cargas. Por tudo isso, o momento demanda maior esforço e energia de trabalho em todos os setores envolvidos que dependam de matérias-primas, ou mesmo produtos acabados, de origem do maior país asiático.

A cidade do “epicentro” do vírus concentra aproximadamente 230 das 500 maiores indústrias da China, o que naturalmente causa efeitos devastadores no fornecimento de materiais, pois as empresas que dependem de recursos de produção daquela região já estão sendo obrigadas a reformularem seus PCP’s (Planejamento e Controle da Produção), justamente pelos atrasos nos embarques.

Há incerteza quanto à volta e normalização das práticas logísticas, anteriormente tão comuns e ajustadas. O fato é que as bolsas de valores já sentem impactos muito pesados. O câmbio também apresenta efeitos temerários com índices que podem alcançar a maior alta de cotação do real frente ao dólar americano na história.

As expectativas são de que o vírus seja contido o mais breve possível, tanto para estancar o terrível número de vítimas fatais, quanto para manifestar segurança à população mais afetada e a certeza de que todos os esforços são válidos para que o vírus seja exterminado, ou diminuído ao máximo, no menor tempo possível.

 

 

 

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