Bacilo de Koch 

Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch, é uma espécie de bactéria patogênica do gênero Mycobacterium e o agente causador da maioria dos casos de tuberculose. Ao encontrar condições favoráveis, esses bacilos se tornam metabolicamente ativos e se multiplicam de novo. O bacilo é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. 
Atualmente, estamos observando certo movimento sobre o retorno da tuberculose, sífilis ou outras doenças sexualmente transmissíveis, um aumento da incidência e possivelmente, o difícil diagnóstico. Observamos que as pessoas buscam por ambientes mais isolados, úmidos, escuros e fechados. Penso que o tédio anda rondando o psiquismo humano, como sempre. Aspiramos e vislumbramos pelo novo, inusitado e desconhecido. Buscamos pelo surpreendente e essa busca não tem fim. O encontro com o novo surpreende durante pouco tempo. O tempo em direção à banalização está batendo o recorde ultimamente. 
Para onde caminhamos? O velho conhecido, os valores e princípios não têm mais graça. O desejo anseia por satisfação imediata. A realização dura um certo tempo que chamo de ínfimo. E o luto estabelece-se em seguida. E o que fazer para substituir a dor psíquica? Preencher de forma mágica ou simbolizar? O vínculo, intimidade e o amor entre as pessoas são muito importantes para o aumento das defesas orgânicas e imunidade. Há um abandono e descrença de que o contato afetivo possa levar o indivíduo a aumentar sua imunidade. As causas não se restringem somente à falta de sono, tabagismo, álcool, dieta, etc. Estamos indiferentes uns aos outros. Esquecemos que “a vida psíquica, em relação ao ângulo da biologia, o instinto nos aparece como um conceito-limite entre o somático e o psíquico, como o representante psíquico dos estímulos oriundos do interior do corpo e que atingem a alma, como uma medida do trabalho imposto à psique por sua ligação com o corpo” (Freud,1915). 
Muitas vezes, resolvemos nossas próprias questões emocionais em direção ao narcisismo. Onipotentes e arrogantes disfarçamos nossas necessidades de toque e calor humano com questões autoeróticas. O abraço apertado, o olhar mútuo e manso, as cartinhas, a necessidade e um palpite do outro estão ficando obsoletos. Os poetas brasileiros famosos como Castro Alves, Alvares de Azevedo, Augusto dos Anjos, José de Alencar, o compositor Noel Rosa e muitos outros literatos, faleceram precocemente com diagnóstico de infecção pelo bacilo de Koch. Paradoxalmente, fomos beneficiados por eles, pelas suas expressões artísticas. O fruto do sofrimento em que eles viviam e a forma como tratavam os seus próprios impulsos de autoconservação da vida, os levaram a grandes e majestosas inspirações. E os temas giravam em torno de: Viver realmente não é fácil e ao mesmo tempo de como viver realmente tem sua magia. E que o sofrimento nos fortalece. 
A ambivalência realmente nos acompanha em todos os tempos. Penso que a psicanálise é um imunizante muito eficaz para a solução de um organismo indefeso. Precisamos nos fortalecer internamente, nossas bases inconscientes, que sofreram certa enquistação. “Quando um elemento estranho penetra no interior de uma concha ferindo o frágil tegumento da ostra, esta reage para defender-se encobrindo-o com mantos sucessivos de uma cintilante matéria, o nácar. O foco irritativo, criado, por exemplo, por um grão de areia, é assim protegido, por meio de um processo conhecido como “enquistação”, até ser inteiramente recoberto, estrato por estrato, e vir a tornar-se um fascinante e cobiçado objeto, a pérola” (Diana Tabacof,2021).O segredo realmente está em “Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates,479-399a.C).
 

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