Além de falar sobre a história e o trabalho da AOPDown (Associação do Oeste Paulista de Síndrome de Down) em prol da causa dos portadores de síndrome de Down em Presidente Prudente, Laércio Batista de Alcântara também compartilhou à reportagem de O Imparcial a sua vivência e aprendizado, junto a sua esposa Marta Pereira, com a filha Beatriz. A pequena, de sete anos, é portadora da T21 e desde que nasceu trouxe luz à vida do casal.
“A Beatriz é uma luz de nossa casa, desde a concepção a gente vive em torno dela e, com a chegada dela, passou a fazer de tudo que podemos para dar a melhor qualidade de vida para ela. Mas como sempre dizemos a ela toda a noite na hora dela dormir: ‘filha, o mais importante é o amor, com amor não existe nenhuma barreira’”, conta o pai da garota.
Segundo Laércio, ele e sua esposa Marta sempre sonharam em ter um filho ou uma filha e que, quando souberam que a garota estava a caminho, ficaram muito felizes e esperaram por sua chegada com muita expectativa. No entanto, quando Beatriz nasceu, Laércio e Marta foram pegos de surpresa. Eles tiveram dificuldades em lidar com a notícia e se sentiram perdidos. “Fizemos todos os acompanhamentos médicos necessários durante a gravidez e nada foi detectado, como acontece na maioria dos casos, onde a família só descobre na hora do nascimento. O primeiro momento é um impacto grande, um verdadeiro susto”, conta o membro da AOPdown.
Laércio relata que o casal foi encorajado por outras famílias que tinham filhos na mesma condição e começaram a procurar por ajuda e orientação. Foi assim que surgiu a ideia do programa "Acolhedow" dentro da associação, que foi iniciado por Marta. “A partir daí, passado algum tempo, surgiu a ideia do programa por iniciativa de minha esposa e mãe da Beatriz, a Marta, que é enfermeira e foi estudar muito sobre a síndrome e deu os primeiros passos a este projeto dentro da associação e isto tem feito a diferença na vida de muitas crianças e famílias”, conta.
“Beatriz é uma menina inteligente, carinhosa e integrada com todos, e estuda em uma escola regular desde os dois anos”, narra o pai da garota. Laércio conta que sua filha tem ensinado a ele e a sua esposa a valorizar as pequenas coisas da vida e a lutar por outras causas. A presença da Beatriz em suas vidas é uma via de mão dupla, pois eles a ensinam e aprendem com ela todos os dias. “Todos os dias ela nos ensina coisas que passam despercebidas e quase sempre não damos o valor devido. A luta é diária, as aprendizagens são constantes, mas o amor e carinho dela para conosco não tem valor que pague”, relata.
Por fim, Laércio arremata toda sua gratidão e de sua esposa Marta à filha Betriz. “Como eu e minha esposa Marta dizemos para Beatriz todos os dias: ‘filha, você foi encaminhada por Deus para ser nossa filha, do jeito que a gente imaginava, muito obrigado por nos dar a oportunidades de sermos seus pais”.
CONFIRA TAMBÉM:
AOPdown: associação une famílias de pessoas com síndrome de Down em Prudente
Dia Internacional da T21: mães falam sobre processo de conscientização
“Senti muito medo de tudo”, diz mãe ao saber que filha era t21
