“Cuidar: Zelar sem Cercear”

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 09/03/2021
Horário 07:00
Foto: Arquivo Pessoal

Um conjunto de fatores sociais, físicos, mentais e psicológicos contribui para a maior vulnerabilidade dos idosos em se tornarem mais frágeis e dependentes. Idosos que perdem autonomia, como nas demências, precisarão de cuidados progressivos e neste zelo por sua saúde, muitas vezes há a necessidade de cercear a liberdade destes idosos, pelos riscos de perigos, fugas e acidentes. Contudo, a maior parte dos idosos que se tornam dependentes, permanecem com a capacidade de participar das decisões da própria vida. A dependência física ou material de alguns idosos por seus familiares não pode funcionar como elemento anulador ou minimizador das habilidades mentais. Ao se fragilizarem e se tornarem dependentes não conferem ao cuidador ou familiar a totalidade de decisões e comandos da própria vida. E nem sempre este autoritarismo no cuidado ocorre por vínculos afetivos frágeis, podendo ocorrer com frequência nas famílias com membros bastante afetuosos. Cuidar de um idoso representa o exercício do zelo, da proteção, de uma verdadeira atenção interessada. Não pode ser confundido com um tomar conta descuidado, num cerceio recriminatório, ou uma dura repressão ríspida de ações, mesmo que recheadas de boas intenções. Esta poda do idoso, pode também vir de forma indireta, pelo cuidado sufocador. O excesso de zelo pode gerar uma preocupação desproporcional e uma tendência de infantilização do idoso pelo cuidador ou familiar. Filhos autoritários que se revestem de tons professorais sabe-tudo e que passam a distribuir ordens e comandos, afinal, eles sempre definem o que é melhor, o que é para o bem do idoso. Definem regras para os cuidadores contratados e para os próprios idosos, inflexíveis e monótonas. Obviamente, existem muitos idosos difíceis. Contudo, ser um cuidador difícil ou um familiar difícil não irá facilitar em nada suas tarefas. 

Túnel do tempo: Nascida ontem

Born Yesterday (“Nascida Ontem”) foi uma peça de teatro que atingiu grande sucesso na Broadway no final da década de 1940. Em 1950 o chefão dos estúdios Columbia, Harry Cohn, comprou os direitos e pensou transformá-lo em um veículo para sua maior estrela: Rita Hayworth. No entanto o diretor George Cukor acabou por convencê-lo a usar a mesma atriz que havia feito no teatro: Judy Holliday, até então quase desconhecida para o grande público, e se tornou um grande acerto. Ela acabaria recebendo o Oscar de Melhor Atriz num ano extremamente disputado em que as francas favoritas eram Bette Davis (A Malvada) e Gloria Swanson (“Crepúsculo dos Deuses”). Na trama, ela interpreta Billie Dawn, uma caipirona inculta do interior que é amante de um milionário inescrupuloso (Broderick Crawford), sem saber de suas negociatas e ilicitudes. Ao chegarem a New York, o chefão resolve contratar um professor para lhe dar um pouco de cultura e boas maneiras. O contratado Paul (William Holden) e ela se apaixonam, e aos poucos, Billie passa a ter suas próprias conclusões do mundo e deixa o amante em maus lençóis. Judy Holliday teve curta carreira no cinema em comédias hoje bastante esquecidas, e faleceu precocemente aos 43 anos em 1965.  

Dica da Semana

Televisão

Elenco maduro de “A Vida da Gente”:
E continuamos as reprises em época de pandemia. A escolhida para as 18h é uma trama de 2011 que funciona como oportunidade de rever uma das grandes atuações da recentemente falecida Nicette Bruno como a equilibrada avó das protagonistas (Fernanda Vasconcellos e Marjorie Estiano) e mãe da insuportável Eva (Ana Beatriz Nogueira). E ainda Stênio Garcia, Cláudia Mello e Neusa Borges.

 

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