Da arquibancada à beira do campo: uma rotina de arbitragem desde cedo

Desde pequeno, Felipe Furuuti Dutra acompanhava o pai, Clayton Dutra, em partidas de futebol amador e jogos da FPF, apenas para observar; até que vieram a súmula e a vontade de bandeirar

Foto: Priscila Fiotti/Agência FPF
Aprovado entre dezenas de concorrentes, Felipe Furuuti Dutra se tornou um dos mais jovens da turma
Aprovado entre dezenas de concorrentes, Felipe Furuuti Dutra se tornou um dos mais jovens da turma

A relação de Felipe Furuuti Dutra com o universo da arbitragem começou de forma natural, quase inevitável. Desde pequeno, acompanhava o pai, Clayton Dutra, em partidas de futebol amador e jogos da FPF (Federação Paulista de Futebol), muitas vezes apenas para observar. Mas, aos poucos, o que era apenas uma presença silenciosa de um garoto ao lado do campo se transformou em um envolvimento prático e crescente.

“Ele ia só para assistir, bater uma bolinha no intervalo”, lembra Clayton. “Mas o Felipe começou a se interessar pelas súmulas, a mudar placar de futsal, a anotar cartões. Foi algo diferente. Enquanto muitos filhos querem jogar bola, ele queria anotar o que acontecia no jogo”. 

A rotina de acompanhar o pai, não como torcedor, mas como auxiliar nos bastidores, fez com que a arbitragem deixasse de ser apenas uma curiosidade. Tornou-se um hábito, quase um chamado. Clayton relata que, por vezes, não podia parar para brincar com o filho nos campos, porque tudo era trabalho relacionado à arbitragem. E Felipe passou a entender e se integrar àquela dinâmica.

“De tanto ele fazer súmula, estar no meio da equipe de arbitragem, começou a demonstrar vontade de bandeirar. Quando entrou em campo oficialmente pela primeira vez, já parecia ambientado. Surpreendeu todo mundo.”

“DE TANTO ELE FAZER SÚMULA, ESTAR NO MEIO DA EQUIPE DE ARBITRAGEM, COMEÇOU A DEMONSTRAR VONTADE DE BANDEIRAR. QUANDO ENTROU EM CAMPO OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ, JÁ PARECIA AMBIENTADO. SURPREENDEU TODO MUNDO”
Clayton Dutra

E foi nesse contexto de dedicação desde a infância e aprendizado informal que surgiu a chance de Felipe dar um passo decisivo em sua nascente carreira como homem do apito: participar do processo seletivo para o curso da Federação Paulista. Aprovado entre dezenas de concorrentes, ele se tornou um dos mais jovens da turma.

Clayton, que atua como árbitro federado desde 2007, enxerga no filho não apenas um reflexo de sua trajetória na arbitragem, mas um talento em formação. “Se ele continuar ouvindo os instrutores, assimilando bem as orientações da escola da Federação, pode chegar longe. Se Deus quiser um dia quem sabe ele pode chegar em cenário profissional e daí depois é conquistar todos os objetivos dele, de galgar e pode ser um árbitro da FPF, pertencer a um quadro da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e coisas maiores como ser um árbitro FIFA [Fédération Internationale de Football Association]”. 



 

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