O provérbio “de grão em grão a galinha enche o papo” remete à ideia de que o conhecimento e a sabedoria são adquiridos gradualmente. Nesse momento, pensei sobre o enigma da Esfinge que é uma figura central da mitologia, apresentada como um monstro que desafia viajantes com um enigma: “Qual é o ser que anda com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde ou à noite?” É “o homem”, o ciclo da vida humana-engatinhando na infância, caminhando sobre duas pernas na idade adulta e apoiando-se numa bengala na velhice.
Sigmund Freud interpreta o enigma da Esfinge como uma metáfora da busca pelo autoconhecimento e compreensão do “eu”. Para ele, superar o desafio simboliza a jornada de amadurecimento psicológico e a superação dos complexos edipianos. A resolução do enigma representa o processo de desvelar os mistérios da vida e da morte. Conseguir responder corretamente é uma metáfora para alcançar a maturidade e a sabedoria, expressando o caminho de autodescoberta que cada indivíduo percorre ao longo da existência.
Correlacionei o provérbio e o enigma da Esfinge, acima descritos, quando fui ao Correio essa semana e, ao chegar, observei que estava lotado. Dirigi-me ao totem para escolher a minha categoria de idoso 60+. E havia um único assento, sentei-me. Pensei, “vai demorar muito”. Para a minha surpresa, nem esquentei a cadeira, minha senha apitava, indicando o atendente. Constrangida, pois ali havia idosos 80 +, indaguei se não estariam sendo injustos, pois havia chegado naquela hora. Foi quando para minha surpresa, o atendente disse que ali estavam os idosos que foram vítimas do golpe da Previdência.
Até os provérbios estão sendo adulterados! “De grão em grão a galinha enche o papo” também remete à ideia de ações fraudulentas ou enganosas referindo-se aos benefícios previdenciários, como aposentadorias ou pensões. Os idosos foram vítimas de um esquema ou golpe da ordem da perversão. Na calada da “noite”, foram de grão em grão enchendo os seus bolsos. Constantemente, crianças e idosos - considerados pelos bandidos como “vulneráveis e presas fáceis” - estão sendo aviltados.
Especificamente esse golpe, mexe muito com todos, de uma forma direta, comprometendo a saúde mental dos idosos. Estamos vivendo tempos sombrios onde não podemos confiar no próximo. No Correio, ao olhar a cena, a imagem de minha mãe, que já faleceu, apareceu e lembrei do que me dizia: “É preciso respeitar as pessoas, principalmente os idosos, sempre dê o seu lugar para eles, ajude-os sempre”. Infelizmente, por falta de uma gestão governamental ideal, o conhecimento e a sabedoria em relação ao crime crescem vertiginosamente, e a segurança permanece uma utopia.