Vem cá, você tem a sensação de que as festas juninas ultimamente são muito mais um perrengue-chique do que algo que realmente vamos gostar de ir?
A questão é que quase todos nós amamos as festas juninas e até dá um calorzinho no coração quando começa o friozinho e logo aparece o primeiro cartaz, o primeiro post, falando que haverá quentão, amendoim, paçoca, cachorro-quente, espetinho, quadrilha e danças.
As festas juninas fazem parte da nossa vida assim como o Natal, o carnaval, as férias e, portanto, é muito ruim quando você vai na empolgação e o evento é praticamente uma sequência de roubadas.
E no fundo é isso que temos visto em muitas festas de escolas, igrejas e instituições. Infelizmente.
O problema já começa por ter que chegar e estacionar o carro, ainda mais quando não se preocupam com esta questão básica de logística.
Este final de semana, dois colégios acharam de bom tom realizar suas festas uma ao lado da outra, com centenas de crianças e todas as famílias se “achegando” no mesmo perímetro. Claro que iria ser horrível. Como meus filhos iriam dançar, eu que dancei bonito nesta porque até conseguir estacionar. Quase uma hora tentando achar lugar.
Depois, vamos tentar achar um lugar para se sentar ou para assistir as danças e você descobre que se não tivesse chegado às três da tarde, o que “tem prá hoje” é ficar escorado no cantinho da quadra, atrás de um monte de gente, torcendo para que seu filho ou sua filha passem perto dali na hora da dança.
Mas fiquei também encanado com um detalhe: eu assisti algumas danças e me parece que muitas crianças nitidamente não queriam estar ali. Desejavam estar em qualquer lugar desse universo, menos passando vergonha na quadra. Era um (a) ou outro (a) empolgado (a), além da turma do Terceirão, mas a vibe deles é outra. Será que a forma que estão fazendo para que participem está certa? Eu participava de quadrilha junina na escola numa boa. Então, acho que dá.
Enfim.
E se você vai a uma festa junina, vai mesmo é para comer! Oba! Quer dizer...
Quando é hora de comer, a gente percebe que o pacote roubada pode aumentar ainda mais: um cachorro-quente a R$ 20, um hambúrguer a R$ 35, pipoca a R$ 10, quentão a 15, batata-frita a R$ 25, bolo a R$ 15. E o pai de família que decidiu curtir a noite com a mulher e mais duas crianças já perdeu toda a alegria porque está pensando em como vai resolver a fatura do cartão.
Fora filas e filas e filas. Quase uma hora de festa só em fila e a vontade que a gente tem em ser um bom cristão ou um bom pai para valorizar o esforço da escola vai ficando pelo caminho, vai sendo consumido na fogueira do perrengue que só cresce por dentro.
Enfim, junho ainda está aí para que consigam pensar melhor em nós, que vamos fazer a festa acontecer e não para sermos alvo de roubadas.
Eu acho que se pensar direitinho, dá para organizar direitinho, não dá não? Assim como uma quadrilha bem ensaiadinha? Dá, sim!