Jornalismo: oposto e  antídoto de fake news  

OPINIÃO - Homéro Ferreira

Data 07/04/2023
Horário 06:44

São várias as definições do que é ser jornalista. Possivelmente, a de maior apreço pela própria categoria seja a de que jornalista é contador de histórias, através de notícias. Ofício que exige habilidade, competência, discrição e respeito à condição de cada ser humano em sua individualidade, no mais amplo sentido. No que está implícito que a notícia não é um produto qualquer. Em síntese, é um conjunto de informações de interesse coletivo, devidamente apuradas, checadas, estruturadas e veiculadas.
Existem várias funções para o exercício profissional, mas o jornalista é essencialmente repórter. Função que exige o olhar diferente: o de ver para além de onde a vista alcança, ter a visão periférica ampliada, ter sensibilidade aguçada (o faro) e enxergar detalhes que nem sempre outras pessoas conseguem perceber. Porém: tudo isso não faz do jornalista um ser superior a ninguém e nem ocupa o topo da atividade intelectual. Jornalista deve ter a essência do operário.
Das sábias palavras do jornalista e escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez (1927-2014), Prêmio Nobel de Literatura em 1982, tem se o seguinte registro: - Pois o jornalismo é uma paixão insaciável, que só se consegue digerir e humanizar pela sua confrontação descarnada com a realidade.  Ninguém que não a tenha padecido consegue imaginar essa servidão que se alimenta das imprecisões da vida. Ninguém que não tenha vivido isso, não consegue nem de longe conceber o que é o palpitar sobrenatural da notícia, do orgasmo da nota exclusiva, a demolição moral do fracasso.
E mais: - Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a morrer por isso poderia persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fosse para sempre, e não concede um instante de paz enquanto não torne a começar com mais ardor que nunca no minuto seguinte. (Garcia Márquez, 2011). Portanto, o Jornalista, assim mesmo com jota maiúsculo, é uma figura ímpar: não manipula e não faz tendências em nome de interesses escusos.
No bom sentido da palavra, jornalista briga pela informação, não só por sua condição de produtor de notícias, mas pela necessidade e direito das pessoas serem e estarem informadas. Entende, inclusive, que onde se nega uma informação, certamente há problema grave. Jornalista não tem poder de polícia: não prende e nem julga, apenas houve as partes. Jornalismo é produção de boa prática; é oposto e antidoto de fake news.  E neste Dia do Jornalista, cabe a lembrança que cada profissional tem o respeito que dá aos outros.
 

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