Álcool: Perdição e Salvação

O Espadachim, um cronista a favor do gato e contra o gatuno

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 17/06/2020
Horário 06:00

Coisas estranhas acontecem neste mundo velho sem porteira. O que antes era considerado nocivo e nefasto, uma verdadeira perdição dependendo do caso, hoje é a salvação da humanidade. De vilão a herói. Sim, manos e manas, refiro-me ao álcool.

Se antes era a perdição de homens e mulheres alcoólatras - ou perdição de quem bebe muito socialmente -, o álcool, num certo sentido, passou de vilão a herói da saúde. Acham que o cronista exagera? De forma alguma.

A bebida, entre as quais a cachaça e a vodca com alto teor alcoólico, é uma chicotada no fígado, que pode ficar comprometido se o sujeito encher a cara todo dia. Se o álcool arrasa o fígado e outros órgãos, convém lembrar que, agora, esse "danado" nos ajuda a combater o coronavírus, o monstro invisível que causa a pneumonia conhecida como Covid-19.

Na forma de álcool gel ou na forma de álcool 70%, o álcool virou um "precioso líquido", uma arma poderosa contra a pandemia. Se ingerido danifica o "figueiredo", o álcool borrifado - ou espargido - na mão ajuda o pulmão. Aliás, os dois pulmões: esquerdo e direito.

 É a salvação e vamos parar com esse negócio de criminalizar o álcool, que dá o primeiro combate ao inimigo, formando uma "barreira" de proteção ao pulmão. Portanto, salve o álcool, o amigo do pulmão. Aliás, grande amigo.

Infectologistas recomendam passar álcool nas mãos e no antebraço e eles estão certos. É por aí mesmo e os usineiros agradecem, pois nunca se vendeu tanto álcool como atualmente. Se me permitem, vou ser mais radical em comparação com os infectologistas. Acho que a gente deveria tomar banho de álcool e, salvo engano, o Pérsio Isaac já apresentou esta proposta em sua coluna.

E como tomar banho de álcool? Seria necessário, óbvio, fazer uma adaptação no chuveiro ou sugerir aos fabricantes a produção de chuveiros especiais. Se tem carro a álcool, por que não chuveiro a álcool? A tecnologia está aí para isso mesmo.

Baita inovação pela qual cobrarei modestos direitos autorais, repassando metade da grana ao Pérsio, o pai da ideia. Higienizar apenas as mãos não parece ser suficiente. Toma logo um banho e estamos conversados.

E que tal uma piscina de álcool? Ah, ótimo! Dá para chamar os amigos, cada um fica em um canto da piscina. No caso de mergulho, só com equipamento especial. Sem isso, o pessoal pode ficar bêbado. Sabem como é: estamos em guerra contra um inimigo poderoso e ainda por cima invisível. Vale qualquer medida para derrotá-lo.

Ainda sobre o pulmão. Sorte do pulmão que tem a possibilidade de ser "blindado" pelo álcool e "azar" do fígado, que se dá mal com o, agora na pandemia, "precioso líquido". Já sobre a água que pintassilgo e outros passarinhos não bebem, vale lembrar a máxima do Barão de Itararé: "O fígado faz muito mal à bebida".

 

DROPS

 

No começo do inverno, Madame Winter foi em cana.

 

Cachorro mordido por cobra tem medo de minhoca.

 

Quem invade hospital precisa de veterinário.

 

Não tenho intenção de mudar o mundo, pois a Terra está muito bem situada entre Vênus e Marte.

 

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