O pediasuit é um método tecnológico atual da área de reabilitação neurológica que para a pessoa com deficiência física representa uma possibilidade de potencializar ganhos motores e funcionais, independência, autonomia e qualidade de vida. A instituição Lumen et Fides de Presidente Prudente serve como referência neste tipo de atendimento na região, por ser uma das primeiras a implantar a estrutura.
Às terapias são realizadas por meio da utilização de uma órtese dinâmica, a qual consiste em touca, colete, short, joelheira, tênis e um sistema de tracionadores emborrachados ajustáveis às necessidades de cada paciente.
Segundo a fisioterapeuta da entidade, Rosimeire Geraldo Perez Bini, 51 anos, este tratamento atua desenvolvendo a força, amplitude, alongamento musculoarticular, equilíbrio, tônus, sensibilidade superficial e profunda, funções dos órgãos dos sentidos, funções cognitivas, além de outros benefícios para pessoa com deficiência física. “Através dos exercícios repetitivos e específicos, procura-se desenvolver novos caminhos para as vias do sistema nervoso, ou seja, suplências funcionais dos neurônios, tentando também substituir as vias comprometidas, melhorando alterações decorrentes da falta de estímulos. Por estas razões, com o protocolo intensivo, os resultados podem ser vistos precocemente.” explica a fisioterapeuta.
Método
O tratamento com pediasuit proporciona aos pacientes, qualidade de vida, aumenta o repertório de movimentos seletivos e otimiza o desenvolvimento de atividades funcionais. As peças foram inspiradas em vestes criadas por pesquisadores russos na década de 70 para o tratamento de astronautas que retornavam do espaço apresentando dificuldades motoras, perda de massa muscular e estrutura óssea debilitada. Mais tarde, essa tecnologia passou a ser compartilhada com profissionais de reabilitação que perceberam que os efeitos da ausência da gravidade, eram semelhantes aos problemas físicos em pacientes com condições neurológicas fragilizadas.
Outro equipamento utilizado na instituição é a gaiola de habilidades, espaço cercado por uma estrutura metálica, na qual um sistema de elásticos (bungees) é inserido para facilitar o controle postural, com grau de sustentação variável de acordo com a atividade e função trabalhada. Dentro da gaiola pode ser trabalhado o fortalecimento muscular específico e a oportunidade de colocar a pessoa com deficiência física em pé.
Tratamento multidisciplinar
Na entidade, a equipe multidisciplinar realiza uma avaliação individual dos pacientes a qual será observado o diagnóstico, idade, habilidade motora e as alterações ósseas e musculares associadas. A coordenadora técnica Luciana Fernandes Tanaka, 37 anos, explica que as técnicas pediasuit e therasuit foram associadas à equoterapia, possibilitando assim um maior desenvolvimento dos assistidos. “A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar aplicada nas áreas de educação, saúde e equitação, buscando o desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais. A utilização do cavalo no tratamento equoterápico, além da função sistêmica do movimento corporal e de postura, produz importante participação no aspecto psíquico, uma vez que o indivíduo usa o animal para desenvolver e modificar atitudes e comportamentos”.
A Lumen foi pioneira no Brasil ao ter o primeiro centro de equoterapia dentro de uma instituição. Esta atividade com cavalos é realizada há mais de 25 anos, com profissionais capacitados pela ANDE-Brasil (Associação Brasileira de Equoterapia).
Recursos
A estrutura do pediasuit foi conquistada por meio de recursos do Gepac (Grupo de Empresários e Profissionais Amigos da Criança) de Presidente Prudente e do Ministério Público do Trabalho da 15ª. Região. No momento contam com cinco gaiolas para terapia, mas a meta é chegar a nove unidades ainda este ano. Segundo o diretor da Lumen, Manoel Dionísio Filho, na entidade está sendo construído um novo espaço para este atendimento. “Tão logo terminam as estruturas e teremos condições de priorizar novas aquisições e também aumentar o quadro de funcionários capacitados para atender os assistidos.” Segundo o diretor, os atendimentos do pediasuit contemplam os pacientes da instituição e os beneficiários do convênio Unimed.
Atualmente, a Lumen et Fides atende 148 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos com deficiências neuromotoras, neuromusculares e o transtorno do espectro do autismo. A instituição ainda possui uma demanda de 100 crianças na lista de espera, segundo a coordenadora técnica Luciana Tanaka.
