Mênades & Sátiros inicia hoje Itinerância 30 anos

Até o dia 16 de outubro, sempre aos sábados, pelo canal do YouTube da companhia, público pode assistir aos 6 espetáculos destas 3 décadas de trajetória 

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 18/09/2021
Horário 07:09
Foto: Divulgação/Fernando Martinez
Personagens de “Angústia” se debatem diante da tentativa – e da impossibilidade – de partilharem a dor
Personagens de “Angústia” se debatem diante da tentativa – e da impossibilidade – de partilharem a dor

A Mênades e Sátiros Cia de Teatro completa seu 30º ano e, para celebrar essas três décadas de trajetória, inicia hoje, às 20h, por meio de seu canal no Youtube/Mênades & Sátiros Cia. de Teatro, o projeto Itinerância 30 anos, com a transmissão aos sábados, até 16 de outubro, dos seis espetáculos que fazem parte do repertório do grupo. Começando por “Angústia”, depois: “A Noite das Mal Dormidas”, “Dom Casmurro”, “O Canto do Cisne”, “Inventa-Desinventa” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
Ao ser questionado sobre qual a importância de comemorar os 30 anos de trabalho da companhia, Denilson Biguete, diretor da Mênades & Sátiros, meio que sorriu antes de responder, e disse que acha que a própria pergunta já é uma resposta. E deu sequência dizendo que é muito importante comemorar 30 anos de teatro e que essa é uma história muito pessoal do diretor do grupo, que é ele, o Denilson Biguete. 
“A minha história se confunde muito com a do grupo, porque o grupo não existe sozinho, mas a partir de um coletivo de pessoas, de artistas interessados em produzir, em pesquisar teatro, em se manter resistente ao teatro, em defender essa linguagem na cidade, no lugar que vivemos, que escolhemos para viver e fomentar a arte. Arte essa que escolhemos ou talvez que tenhamos sido escolhidos, que foi o teatro”, frisou o diretor teatral.
E prosseguiu enfatizando que então estar vivo e potente naquilo que amam fazer, que é teatro, já responde o quanto é fundamental comemorar 30 anos. “Resistimos, vivemos obstáculos diários, matamos um leão por dia para nos manter no setor cultural. Lutando dia a dia atrás de recursos para produzir nossos espetáculos...”, destaca.

Um arte do encontro

Denilson salienta que se preocupam com a comunicação que querem com o público, com o discurso da companhia, afinal são artistas e querem se comunicar. Querem de alguma forma ter essa cumplicidade do público.
“E teatro é muito específico porque pressupõe uma arte do encontro e nesse momento em que vivemos de pandemia, onde não foi possível esse encontro, causou muito sofrimento. Então acho que retornar com o teatro presencial agora, infelizmente, essa mostra ainda não pode ser presencial. Mas estamos voltando de novo à ativa, produzindo. Estamos muito felizes e queremos compartilhar dessa felicidade com o público”, pontua Denilson, adiantando que estão para estrear um espetáculo novo no final do ano. 

Desejo de fazer "o bom teatro"

De acordo com Denilson, a Mênades & Sátiros nasce com o desejo de produzir o bom teatro! O grupo tem uma linha de trabalho de pesquisa que persegue, que é o teatro contemporâneo, o teatro moderno, preocupado com a excelência na qualidade artística do que fazem, um teatro que se preocupa em ser fiel ao público e a cada espetáculo trazer mais pessoas paras os espetáculos. 
“Um grupo que também se preocupa com a formação continuada, nós damos aulas, produzimos teatro, o grupo se profissionalizou porque entendemos que temos que estar no mercado, porque não basta produzir um espetáculo, a gente tem que ter esse olhar para o mercado. Essa é a nossa missão”, acentua.

PROGRAMAÇÃO
Hoje - às 20h
“Angústia” - de Anton Tchekhov

25 de setembro - às 20h
“A Noite das Mal Dormidas” - de NeilsPetersen

02 de outubro - às 20h
“Dom Casmurro” - de Machado de Assis

09 de outubro - às 20h
“O Canto do Cisne” - de Anton Tchekhov

16 de outubro - às 16h
“Inventa-Desinventa” - de Cláudia Vasconcelos

16 de outubro - às 20h
“Memórias Póstumas de Brás Cubas” - de Machado de Assis 

“ANGÚSTIA”
De Anton Tchekhov

Sentimento inerente à condição humana, a “angústia” vem do latim angustus, que significa apertado, afogado. Assim estão os personagens do espetáculo “Angústia”. Fincados no chão, cobertos pela neve que os paralisa. Iona Potapov e Seu Rocim são dois seres, um homem e um cavalo, à espera de passageiros que possam render-lhes algum dinheiro para matarem a fome. O cavalo observa o dono, imerso na dor pela perda do filho em razão de uma febre.  Estão sós. O espetáculo se faz a partir do registro dos estados de alma dos dois personagens, que se debatem diante da tentativa – e da impossibilidade – de partilharem a dor. O homem precisa de alguém que o ouça, precisa falar sobre a morte do filho, mas ao seu lado está apenas o cavalo, que rumina enquanto o ouve. O diretor Denilson Biguete e o dramaturgo Cássio Pires partem do texto de Anton Tchekhov para registrar a asfixiante solidão humana. Para isso, colocam em prática o desafio de pensar a narração de sentimentos indizíveis por meio de um jogo cênico que envolve a luz, o cenário e os objetos da cena.

Ficha Técnica
Dramaturgia: Cássio Pires
Direção: Denilson Biguete
Encenação: Mênades& Sátiros Cia de Teatro
Concepção de luz: Denilson Biguete
Cenário: Rogério Quintanilha e Thiago Cardoso
Maquiagem: Junior Benites
Figurinos e adereços: Victor Botelho
Fotografias: Fernando Martinez
Workshop preparação corporal: Emerson Euzébio
Workshop teatro narrativo: Eduardo Herculano e Cássio Pires
Workshop partitura cênica: Marilyn Nunes
Produção: Cida Camargo | Olho Nu Promoções e Eventos Ltda
Tempo: 55 min
Elenco: Marcus Andrade e Thiago Cardoso



 

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