“Mudanças geram desconforto”, afirma prefeito

Após anunciar a suspensão das mudanças nos horários dos Pronto Atendimentos das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da Cohab e do Jardim Santana, à reportagem, o prefeito de Presidente Prudente, Nelson Roberto Bugalho (PTB), afirmou que a manifestação contrária da população foi um dos fatores que influenciaram na decisão que estava em estudo. O chefe do Executivo lembrou ainda que, com a contratação do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), em R$ 6,6 milhões anuais, demais áreas devem ser prejudicadas com a falta de verba para investimentos.

Bugalho, em coletiva na tarde de ontem, lembrou que não haverá mais o remanejamento de funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, mas sim o uso de mão-de-obra do Ciop. “As possíveis mudanças geraram certo desconforto na população. A decisão de abrir a UPA já estava certa, mas por conta das dificuldades das pessoas entenderem que a unidade vai absorver pacientes de outras regiões da cidade, tomamos a decisão de contratar o Ciop e manter os horários dos Pronto Atendimentos”, ressalta.

No entanto, um “sacrifício coletivo” será necessário a partir da abertura da UPA, em 30 de junho, já que a Prefeitura anunciou ontem que deve tirar recursos de outras áreas, como o recapeamento de vias com recursos próprios, para que as despesas da unidade de saúde sejam suficientes. “Se no decorrer dos próximos meses a prática revelar uma ociosidade nos Pronto Atendimentos ou na própria UPA do Ana Jacinta, que deve reduzir o número de atendimentos, a medida pode ser revista. Mas, até lá, não se fala em alterações além da data de inauguração”, finaliza.

 

Mobilização popular

A reportagem, ontem, conversou com moradores antes mesmo da reunião que anunciou as novas medidas, mas que fazem parte da comoção popular que auxiliou para que se mantivessem os horários de atendimentos nas UBSs da Cohab e Jardim Santana. Na unidade conhecida como Cohabão, por exemplo, a serviços gerais, Maria Aparecida Ferreira, 50 anos, apontou que o encurtamento do horário desfavorecia diversos bairros próximos, que ficariam sem assistência após as 22h. “A saúde não espera”, comenta. Ela conta que já chegou a ir à UPA da zona sul, mas em função da alta demanda recebida pela unidade, retornou à Cohab, onde o atendimento costuma ser mais rápido.

O técnico de informática Aldo Pinatti Junior, 59 anos, se preocupa com as pessoas que não têm veículo próprio, uma vez que a distância entre a Cohab e o Ana Jacinta ultrapassa sete quilômetros. “Para quem não tem carro, seria preciso acordar o vizinho, porque não teria mais a facilidade de andar a pé, como é o caso daqui”, considera.

Já o aposentado Antônio Carlos Cavalcante, 61 anos, reconhece a necessidade de inaugurar a UPA da zona norte, mas não concorda que a operação de uma unidade prejudique aquela que já prestava serviços contínuos para a comunidade. “Eles estavam tirando profissionais daqui e enviando para lá”, lamenta.

 

SAIBA MAIS

Conforme o Legislativo, os vereadores receberam cerca de 4 mil assinaturas de cidadãos prudentinos que se declararam contrários às mudanças de horários de atendimento. Na oportunidade, o parlamentar Anderson Dias da Silva (PSB) justificou a aprovação de outro requerimento de informações, de sua autoria, no qual pede esclarecimentos ao Executivo a respeito da quantidade de imóveis alugados pelo município, além de suas finalidades; datas de início, término e valores dos contratos; e o motivo de prédios públicos estarem desativados. O parlamentar afirmou que o documento tem o objetivo de demonstrar que “é possível fazer economia no município e cortar gastos em vários setores, exceto na saúde, onde os valores de investimentos deveriam ser ampliados”.

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